sexta-feira, 31 de agosto de 2007
Brincando de Lego
Criatividade é brincar de Lego. Construção e reconstrução. Os elementos já estão todos na natureza. Para chegar num resultado inusitado, é preciso descobrir um jeito novo de reorganizar as peças.
Um bom exemplo são os Grandes Mestres da pintura. Picasso teve que aprender a reproduzir fielmente um rosto humano para, só então, destruí-lo. E assim surgem novas linguagens, como o Cubismo. Ou como o stop-and-motion.
A grande questão é que a propaganda, muitas vezes, usa essas novas linguagens sem ter um porquê, sem considerar o seu conteúdo. "Stop-and-motion é novidade? Então vamos fazer um comercial assim. Depois a gente vê o que diz."
A referência mal aproveitada traz dois males irreversíveis. O primeiro é a pasteurização: a tendência pinta, todo mundo copia, todo mundo fica igual. A segunda é conseqüência disso. A over-utilização impede que, num futuro próximo, boas idéias possam usar adequadamente essa mesma linguagem.
O vídeo acima não é um comercial. Mas usa uma fórmula velha de um jeito novo. Poderia ser ótimo para uma marca como Jonnie Walker. O seu conceito (Keep Walking) cairia como uma luva. Já para outras marcas, talvez soasse gratuito.
Esse é um dos maiores desafios do criador. Saber avaliar até que ponto uma tendência é adequada ou não. A forma-pela-forma pode funcionar, mas sempre funciona melhor quando trabalha em favor de uma grande idéia.
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