Blog da Perestroika

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Feliz Ano Novo

Ou, como diriam os nossos colegas russos, С Новым Годом Ублюдок.

Conselho filosófico para 2008.

Sempre esteja cercado de gente melhor do que você.
É o jeito mais fácil de aprender.

Eu não acredito em chupada.

Durante o último mês, recebi de milhares de emails com dois links do Youtube. Um com um comercial da Adidas para as Olimpíadas de Pequim. Outro, com um comercial criado por mim, pelo Rafa, pelo Beto Callage e pelo Régis Montagna, para Olympikus.





A maioria das pessoas, quando me escrevia, já fazia questão de acusar os chineses de chupadores. Talvez na tentativa de me consolar. Mas mal sabiam eles que, pelo menos a mim, essa coincidência não afetava em quase nada.

Eu, assim como grande parte dos criadores da minha geração, me deparo com esse tipo de situação no mínimo uma vez por mês. Alguma idéia nossa, reproduzida de forma idêntica por outra agência, que ou entrou na Archive, ou foi premiada em Cannes, ou no CCSP. E não é porque a gente é foda. Não me sinto nem melhor, nem pior por isso. As coisas simplesmente são assim.

É por isso que, quando esse tipo de coincidência acontece, eu não fico nem feliz, nem triste. Durante um longo período da minha carreira, eu ficava eufórico por ser "tão bom quanto os caras da Crispin Porter". Ou puto porque "o cliente ficou se enrolando para aprovar, agora deu nisso." Hoje eu simplesmente volto para a minha pilha de folhas em branco e começo tudo de novo.

Eu não acredito em chupada. Não consigo imaginar um criador experiente falando para a sua dupla: "Meu, e se a gente copiasse aquela idéia escondida naquele seu anuário espanhol que ninguém conhece?". Ainda mais sendo alguém da Crispin Porter, ou da 180 Amsterdam, ou da BBH, ou da Abott, Mead e Vickers.

Impossível.

O próprio termo "chupada" cai em desuso entre esse grupo de criadores experientes. Com o passar do tempo, percebi que essa gíria quase nunca é utilizada por diretores de criação. Acho que essa galera já se deu conta que a coincidência de idéias não acontece de vez em quando. Acontece SEMPRE.

Isso é bem mais comum na gurizada. Um dos motivos é que eles ainda não viveram esse tipo de situação. Ou se viveram, não viveram um número suficiente de vezes para entender que é mais comum do que parece.

Outra coisa: o banco de dados de um estagiário ainda está se formando. Ele está enchando o HD com referências de layouts, por exemplo. Layout 1, Layout 2, Layout 3, Layout 4. Daí, quando ele chega lá no Layout 237, percebe que é muito parecido com o Layout 188. É natural que a primeira reação seja dizer que é uma chupada. Mas normalmente não é.

E por último, porque é uma forma de se afirmar no grupo. Quando você está numa rodinha de amigos, e alguém mostra um comercial, e você retruca dizendo que é chupado, está demonstrando ter um conhecimento que os outros não têm. Muitas vezes, o que essa pessoa gostaria de dizer era "eu conheço um comercial bem parecido com este e, pelo visto, vocês não".

A nossa ex-aluna Gabi Elias mandou esses dois sites, que eu achei fantásticos. O primeiro, porque reforça exatamente essa tese. E o segundo porque, mesmo insinuando a chupação em determinadas situações, a recorrência prova o contrário. É evidente que, na maioria das vezes, as coincidências acontecem simplesmente porque acontecem.


http://www.coloribus.com/admirror
http://www.joelapompe.net

A Estação da Propaganda tem uma sessão também interessante, que mostra até algumas "chupadas clássicas".
http://www.dpto.com.br/chupadas


Eu não acredito em chupada. Nunca vi ninguém copiando deliberadamente uma idéia publicitária de terceiros. Nunca ouvi falar de algum amigo, colega ou conhecido que tenha feito isso.

Mas é como aquele ditado famoso. "Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay".

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Piada de português

Lisboa é fantástica e reveladora para nós, que fomos colonizados pelos portugueses e falamos a língua deste país. Viajar e conhecer Portugal, ou no mínimo essa cidade, deveria estar no currículo das aulas de português e história das escolas particulares (que cobram uma fortuna!).

Sem sacanagem: dois dias aqui e você está apaixonado pela cidade (uma Porto Alegre que deu certo), cultura e idioma. Com cinco dias, então, dá vontade de não voltar mesmo. Fiquei encantado.

Como ainda estou de férias, e vejo pelo número de acessos ao blog que a maioria deve estar fora do ar também, vou postar o conteúdo realmente relevante na volta, quando todos já estiverem com as turbinas ligadas. Por enquanto, apenas as piadas, e aqui vai uma delas:

O elevador do hotel que eu fiquei era assim.



Quem explica?

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Feliz Natal.

- Senta aqui no meu colo, meu filho. Que idade você tem?
- Quatro.
- E qual é o seu nome?
- Felipe.
- Então, Felipe, o que você quer do Papai Noel?
- Primeiro eu queria entender uma coisa. Ontem eu fui na festa da minha escola, e o senhor estava lá, distribuindo presentes. Anteontem eu vi uma reportagem no Fantástico, que o senhor estava no Ceará. E agora o senhor está aqui no shopping.
- Hohoho. É que com o meu trenó mágico, eu sou capaz de viajar grandes distâncias muito rapidamente. Mas vamos falar do...
- Você consegue estar em dois lugares ao mesmo tempo?
- Não.
- Porque eu tenho um primo que está neste exato momento no colégio, tendo uma festa com o Papai Noel. Se você está aqui comigo, como pode estar com ele também?
- É, veja bem.
- Não me enrola, Papai Noel.
- É o trenó!
- Não me enrola.
- É que...
- Papai Noel, como é o pólo norte?
- Ah, essa é fácil. É branco, coberto de neve.
- E lá tem pingüins?
- Muitos pingüins.
- Que estranho. Porque ontem eu tava lendo uma enciclopédia e vi que esse tipo de ave não vive no pólo norte.
- É mesmo?
- Acho que o senhor tá me mentindo.
- Sônia, vem aqui!
- O que você quer?
- Traz um whisky duplo, por favor.
- Papai Noel?
- Sim, Felipe.
- Me explica uma coisa. Se você é tão bonzinho, por que você não dá o que as crianças pedem?
- Essa é fácil, meu filho. É que se você não se comportar, eu não posso dar um bom presente.
- Hum. Na minha turma tem um menino chamado Janjão. Ele bate na gente, xinga a professora e vive falando palavrão. Quem fala palavrão o ano inteiro não merece um bom presente, né?
- Isso mesmo, vejo que você aprendeu.
- Então me explica, Papai Noel. Por que todo mundo ganhou presente ruim, e ele a coleção inteira dos Comandos Em Ação?
- É...
- Aqui está o seu whisky.
- Salvo pelo gongo.
- Você está bebendo whisky, Papai Noel?
- Não, é guaraná.
- Por que ela falou "whisky"?
- Porque...
- Dá um gole?
- Não!!!
- Êta, de bom velhinho você não tem nada.
- Felipe, acho que terminou o seu tempo.
- Você é pedófilo, Papai Noel?
- O quê???
- Você passa o dia inteiro com criancinhas inocentes no seu colo, Papai Noel.
- É como o seu pai, ou o seu tio, ou o seu avô. Você senta no colo deles, não?
- Sento sim.
- Viu?
- Mas nenhum deles é viado.
- Perdão, o que você falou?
- Pô, Papai Noel. Tá na cara. O senhor tem essa ajudante gostosa, dando o maior mole, e nada.
- Meu filho, isso é um absurdo.
- Você já meteu guampa na Mamãe Noel?
- Felipe!!!
- Oi.
- Seu tempo acabou.
- Tudo bem.
- É a sua última chance para pedir um presente.
- Só me explica por que o Janjão, que fala palavrão o ano inteiro, ganhou um presente melhor que eu.
- Você é muito jovem, é difícil de explicar.
- Isso me autoriza a falar um palavrão. Agora eu já sei que não vai dar nada.
- A sua mãe vai ficar brava.
- Papai Noel, com todo o respeito que o senhor merece, mas o senhor é meio pau no cu.
- O quê???
- Essa história de se comportar é pura balela. Veja o caso do Janjão. O senhor mente. Garanto que nunca foi ao pólo norte. E ainda fica tomando whisky na nossa frente, o que é um péssimo exemplo.
- Chega!!!
- Se um dia eu virar alcóolatra, ou maconheiro, a culpa vai ser sua.
- Agora você foi longe demais.
- Papai Noel?
- Diga.
- Posso pedir um presente?
- Pode, Felipe, pode. É pra isso que eu estou aqui.
- E se eu pedir, eu vou ganhar?
- Vai.
- Mas eu acabei de chamar o senhor de pau no cu. Pau no cu é palavrão, né? E o senhor disse que quem fala palavrão não ganha presente. Isso é uma contradição.
- Você venceu.
- Isso quer dizer que eu ganhei a discussão?
- Sim, Felipe, ganhou a discussão.
- Eu sempre ganho as minhas discussões. Até do Janjão, mas daí ele me dá uma porrada.
- Se é assim, ele não vai ganhar presentes esse ano.
- Vai sim. Ali na fila está o Janjão, ó. E do lado dele, está a mãe do Janjão. Tá vendo aquele presente enorme que ela está carregando? É um Atari. Nem precisa dizer nada, Papai Noel. Eu já saquei que é a minha mãe que compra os presentes.
- Eu sou o pior Papai Noel do mundo.
- Não é não.
- Eu sou uma farsa.
- Relaxa, Papai Noel. Todo mundo passa por isso. Papai Noel?
- Manda.
- Se eu for embora, o senhor promete que não vai ficar deprê?
- Prometo.
- Se bem que o senhor é um mentiroso, não tenho como saber se está falando a verdade.
- Não sei mais o que dizer.
- Papai Noel, antes de ir, posso pedir o meu presente? Só por formalidade.
- Desembucha.
- Mas tem que ser padrão iogurte, tá?
- Ãhn?
- Porque eu sei como é. A gente pede um brinquedo, e vocês às vezes dão um similar mais barato. E não é a mesma coisa. Se eu pedi um carrinho de controle remoto, não adianta dar um a fricção. Isso traumatiza uma criança.
- Preciso de mais whisky.
- Viu como não era Guaraná?
- Pelo amor de Deus! Diga o que você quer e vá embora!
- Tá, Papai Noel. Tipo assim: eu queria uma fantasia de vaca. Mas se o senhor estiver meio sem grana, um cubo mágico já serve.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Querem saber quanto eu ganho? Então vou dizer.

Uma das perguntas mais recorrentes dos alunos é sobre o nosso salário. E eu não vejo isso pelo lado bisbilhoteiro. Acho que, de certa forma, eles nos vêem como ponto de referência. Então, quando perguntam quanto ganhamos, acredito que seja mais pra saber quais são as perspectivas salariais no futuro.

Só que tanta gente tem essa dúvida que eu resolvi abrir o jogo. Lendo esse post, vocês vão saber quanto eu ganho. Juro.

***

A primeira coisa importante é perceber que grana é só uma parte da nossa remuneração. Além dos benefícios tradicionais, como ticket, vale e plano de saúde, tem muito mais coisa envolvida.

Por exemplo: você tem duas propostas idênticas. Mas numa, você vai trabalhar com um chefe legal pra caralho. Na outra, com um pau no cu. Imagino que, em condições normais de temperatura e pressão, todos fechariam na primeira. Por quê? Ora, porque as CONDIÇÕES DE TRABALHO (no caso, o chefe) também contam como salário.

Assim como as condições de trabalho, existem outras coisas que devem ser vistas como remuneração, e às vezes a gente nem se dá conta. (Não listei todos os itens que compõem um "salário". Só peguei alguns representativos para ilustrar o raciocínio.)

O neguinho no início da carreira ganha pouca grana, sim. Mas por outro lado, ganha muito conhecimento. Porque o dia-a-dia o faz aprender com os profissionais mais experientes. E isso é uma forma de salário. Lembre-se: se você paga para aprender sobre propaganda numa universidade, é sinal de que esse conhecimento tem um valor. E numa agência, teoricamente você está recebendo de graça.

Dependendo do ponto de vista, o salário de um iniciante na propaganda pode ser considerado uma puta grana. Vejam só.



Muita gente não se dá conta, mas a rede de contatos que você faz quando entra numa empresa é valiosíssima. Se contato não valesse dinheiro, não existiriam palavras como "lobbystas" ou "tráfico de influências". Ninguém compraria mailings. E por aí vai.

***

Com o passar do tempo, você cresce na profissão. Agora, em vez de trabalhar num computador podre, você já tem uma máquina bacana. Agora, você não faz só rodapés: já pega campanhas com rádio e TV. E além disso, você está com carteira assinada, ganhando o dobro do trampo anterior. Ou seja, você está ganhando mais. Certo?

Depende.

A agência que está pagando mais dinheiro para você só está fazendo isso porque, hoje, você tem uma certa experiência. Tem mais critério. Tem mais conhecimento técnico. E, logicamente, isso faz com que você resolva melhor e mais rapidamente os trabalhos.

Mas vejam o outro lado. Como você sabe mais hoje do que sabia ontem, as novidades diminuem. O aprendizado continua, lógico. Mas fica mais lento. Antes, você mal sabia alinhar as coisas. Agora você já entende de combinação de cor, diagramação, escolha de fontes. Os conceitos básicos, que foram úteis para você antes, agora não são mais. Se não são, sinal de que esse conteúdo você já domina. E se você já domina, não vai pagar por ele.

Esse tipo de situação acontece na fase intermediária da carreira. A gente passa a ganhar mais de um lado, mas deixa de ganhar do outro. Veja só.



***

Até que um dia você fica grandão, vai para uma puta agência, ganhando uma puta grana, com contas animais. E agora, você está ganhando mais do que antes?

Pode ser que sim, pode ser que não. Tudo depende de como você percebe o valor dessas coisas intangíveis.



***

Por esse raciocínio, a grande maioria das pessoas ganha mais ou menos a mesma coisa. De formas totalmente diferentes, mas com valores semelhantes.

Evidente que existem injustiças por aí. Tem cara Tabajara ganhando mais do que deveria, tem neguinho competente ganhando menos do que merece. O mundo não é perfeito.

***

Fiquei sabendo que um estagiário da turma 1, depois de ouvir essa minha teoria, fez uma sensacional. Percebeu que o salário dele era uma bosta. Que a agência em que trabalhava só tinha contas fodidas. Mas que ao seu lado, sentava uma estagiária muito gostosa.

Ele virou para o lado e falou.

"Olha, não me tire pra machista, não me leve a mal. Mas a gente vai ter que negociar umas coisinhas. Você faz parte do meu salário."

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Tronquini ganha carro 0Km no VW Route

Notícia extraordinária!

Rafael Tronquini, aluno da Turma 2, foi o grande vencedor do concurso nacional promovido pela Volkswagen, o VW Route. Na primeira etapa, que reunia dezenas de milhares de estudantes do Brasil inteiro, a tarefa era criar uma frase. A partir daí, a coisa foi afunilando, afunilando. Até que sobraram só quatro, que participaram da Grande Final em São Paulo.

O desafio era pintar a carroceria de um Fox. E o Tronquini não se intimidou com a concorrência. Foi lá e fez. (Em breve, fotos do carro e do evento no Blog.)

Mas, cá entre nós: tinha que ser do Tronquini. Tanto pelo profissional impecável que é quanto pela sua personalidade inconfundível. Não por acaso foi um dos indicados da Turma 2.

É NÓIS, MOTOBOYS.

*****

Agora é com vocês: façam as suas homenagens nos comments. De preferência, com muito palavrão.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Perestroika: agora com correspondente oficial em Londres.

Ontem foi um momento histórico para a Perestroika, por vários motivos. Mas não há como negar que a maior de todas as notícias foi o anúncio oficial do primeiro correspondente internacional da Perestroika. Ou melhor, o primeiro Czar da Perestroika.

Fernando Perottoni, ex-Escala, ex-DCS e atualmente diretor de arte da St. Luke´s de Londres.

Ele ficará responsável por escrever para o nosso Blog, abastecer o curso com as coisas mais hypadas da propaganda inglesa e do dia-a-dia de Londres, avaliar trabalhos dos alunos. Coisas do caralho, exclusivas para a Perestroika.

Mas como o Felipe falou, isso é só o começo. Só o que conseguimos pensar nesses últimos três dias. Certamente muito mais interação Poa-Londres vai pintar.

O Perottoni trouxe um conteúdo riquíssimo tanto para os alunos quanto para os profissionais do mercado que compareceram. Briefing binário, estratégia/idéia/execução, processo de aprovação (book com insights + conceito), Big Idea. Algumas coisas impressionantes e outras dismistificadoras. Só quem esteve lá sabe.

Mas a noite de ontem teve outro elemento que nos enche de orgulho. Foi o primeiro contato da nossa Comunidade Perestroika com o Furriel 250, onde vai ser a nossa nova sede.

A Perestroika dá as boas-vindas ao Perottoni. E Londres dá as boas-vindas à Perestroika.

****

Ah, esse é o comercial do Gorila, que o Perottoni comentou ontem. É a grande febre na Inglaterra.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Criador de Londres em Porto Alegre




A Perestroika irá fazer uma aula extra.
É isso mesmo. Temos mais uma surpresinha de fim de ano.
Segunda-feira faremos um encontro com o Fernando Perottoni,
diretor de arte da St. Luke's de Londres.
Ele contará sua experiência de como é trabalhar no mercado da melhor propaganda do mundo e algumas outras curiosidades.
Dêem uma olhada nos clientes do cara:

- Ikea - Global, US, Finland, Textiles
- Strongbow Cider - Maior marca de sidra do Reino Unido
- RNIB - Royal National Institute of Blind People - É uma organização de caridade que dá suporte a pessoas cegas no Reino Unido
- Waterstones - Maior cadeia de livrarias do Reino Unido
- Magic FM - Radio FM com maior audiência em Londres
- Mothercare - Rede de varejo de produtos para bebês
- H. Samuel - Uma das maiores redes de joalherias do Reino Unido

Além de tudo isso, o cara é uma das pessoas mais legais que eu conheço.

Eu poderia ter tido essa idéia

Olhem só essa da CP+B: para promover os 50 anos do sanduíche mais tradicional do Burger King, eles aramaram uma pegadinha onde os clientes que pedissem o Whopper ficavam sabendo que ele não constava mais no menu.



Essa é uma daquelas tradicionais idéias que dão muita raiva. Porque tem um raciocínio muito verdadeiro por trás dele. Reforça o vínculo que todas aquelas pessoas têm com o produto. E a força que esse produto representa para a marca. E olhem a simplicidade da idéia. É bem daqueles que a gente olha e pensa: "Putz, era muito óbvio. Eu poderia ter pensado nisso."

Bem, nessa idéia você não pensou.
Mas com certeza, existem bilhões de oportunidades para você ter uma idéia igualmente surpreendente.

E quem faz Perestroika sabe muito bem o que significa BILHÕES.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Um cara da comunicação da Nike do Brasil vai falar. Quem quer ouvir?!

Seguinte: não conheço ele, mas a empresa que o cara trabalha me credencia pra entrar aqui e provocar vocês.
O CJC traz pra POA, nesta sexta, o (ou um dos, não sei) gerente de comunicação da Nike do Brasil, Jesse Stollak, pra falar sobre Marketing Digital.

Vale a pena.

Sócio do CJC tem entrada garantida. Se sobrar, vão vender ingressos.
A grande barbada é chegar cedo: seja para comprar ingressos ou para se associar e já assistir ao evento.

É isso.

_____________

* atualizado mais tarde: troca de emails agora com o Tiago Pinto, que, além de ser meu amigo desde que atendia Olympikus na DCS há, sei lá, 8 anos, se tornou uma referência e belo exemplo. (parêntese: É irmão do Rodrigo Pinto, redator. É o cara que trabalhava na Olympikus (e apostou em mim) e me indicou pro lugar dele. fecha parêntese) Hoje ele tá na Nike dos Estados Unidos, fodalhão, e conhece o Jesse. O Tiago não falou muito, já que ele tb tá vindo pro Brasil: "O Jesse eh du caralho, Quando eh a palestra dele? Onde?"

É sexta, no Madison, mesmo lugar das aulas.
Se vcs todos que lêem o blog quiserem ir, já não vai caber.
Portanto, se liguem.

O que é um ponto vermelho no céu de São Paulo?



O Google Maps é um exemplo bem prático daquilo que a gente já viu muito em aula: um produto/serviço tão diferenciado, interessante e relevante por si mesmo que nem precisa de propaganda.

Deve ser por isso que ao invés de um anúncio ou comercial de TV, o Google Brasil preferiu investir numa ação diferenciada. No dia 29 de novembro, um balão de ar em forma de pin desafiou um dos tráfegos aéreos mais movimentados do mundo para anunciar o lançamento do Google Maps no Brasil.

Não sei se vocês viram o Fantástico de domingo, mas o quadro "Repórter por um dia" mostrou o vocalista da NX Zero dentro desse balão.


A ação ganhou alta repercussão na mídia. Mas o mais legal de tudo é que o resultado do vôo pode ser visto no site da ação, onde um GPS indica o trajeto do Balão sobre a cidade, em sincronia com as imagens.

Ou seja, a própria ação demonstra o serviço.

Numa época de caos aéreo e de movimento Cidade Limpa, esta certamente foi uma ação corajosa, que só mesmo uma das marcas mais admiradas do mundo poderia endossar. É como já dissemos em aula: não é à toa que as pessoas se apaixonam por certas marcas. É a atitude delas que é apaixonante para um grupo de pessoas.

Ou como bem resumiu o Beto Callage quando participou da nossa conversa, faça coisa interessantes e coisas interessantes acontecerão com você.

Design/Carol/Bendito






Na última aula tivemos a visita da Carol, Diretora de Criação da Bendito Design. Ela adorou vocês.
Como muitas pessoas vieram falar comigo dizendo que tinham gostado bastante e que essa amostrinha tinha despertado nelas um desejo de saber mais sobre design, aí vão os sites da Carol e da Bendito. No da Carol tem também alguns links que ela acha interessante. Aconselho umas visitas.

http://www.carolinadavila.com/
http://www.benditodesign.com.br/

domingo, 9 de dezembro de 2007

Festa Padrão Iogurte

Sábado rolou na Choice a festa de final de semestre da Turma 2. Chopp arregado, jantinha e aquele clima de "nos vemos no módulo II". Também foram conhecidos os indicados. Gustavo Panichi, Lucas Moraes, Renata Freitas, Michel Morem, Edgar Pinky Demutti, Fernanda Schossler e Rafael Tronquini. O Michel também levou o Prêmio Boris Yeltsin, pelo sua Coisa - tema da cadeira de direção de arte. Parabéns e boa ressaca a todos.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Fotinho bacana

Fotinho do Michel, ganhador do iPod, com o Tiago "Belo" Mattos.
Quem mandou foi Ricardo Posser, da Compumac, patrocinadora
do nosso concurso.

O cara me disse que ficou amarradão na Perestroika e no interesse da turma. Show de bola.

E parabéns, Michel! Duplo. Tu sabe o porquê.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Final de curso

Este post é dirigido a vocês, alunos da Turma II.

Durante 11 encontros (ainda falta uma aula), vocês tomaram chapuletadas, ouviram críticas e sugestões. Falamos que vocês precisavam se puxar mais, que assim tava brabo e tal.

Acho que deu resultado, mas quero saber se vocês perceberam isso.

Nestas duas últimas noites, os professores da Perestroika se reuniram para discutir o desempenho de vocês. (Tentar) jogar os jogos (jogar os jogos é um horror!), ver as Coisas, rever Vulgo, Olympikus, Analógico, etc.

Eram caixas e mais caixas, links do YouTube, bilhões de .doc, .pdf, .jpg e emails, e quero dizer pra vocês que ao final do encontro desta madrugada, estavamos todos surpreendidos. E muito felizes, orgulhosos mesmo. O crescimento de vocês em relação ao que eram quando entraram no curso é espantoso. De verdade.

A sensação de que conseguimos acordar o demônizinho criativo que tem dentro de vocês estava latente. Quebraram a Matrix, pensaram folha da bolha, ligaram os pontos. Tudo isso só roubando uma coisa: a cor do lado.

Em criação se diz muito que a qualidade do trabalho de um profissional é analisada pela sua obra. Não tem mágica. Quem só fez coisa ruim não é bom. Fácil assim. E ontem tivemos orgulho de perceber nas idéias, no acabamento, no resultado dos trabalhos, o amadurecimento de vocês. Isso que são 12 encontros, um semestre de desenvolvimento.

E aí resolvi colocar a questão na roda agora: vocês percebem isso? Conseguem enxergar que, independente de indicação, Bóris, iPod, etc, você, sim, tu mesmo meu, é hoje melhor do que era no primeiro dia de aula?

Ou é coisa da nossa cabeça?

O curso não acabou.
Tem ainda a última aula. E a festa.

Mas já acho que 80 litros de chope vai ser pouco pra comemorar.

(em tempo: só hoje consegui liberação na Azaléia para fazer log in no blog, pois isso a falta de posts)

domingo, 2 de dezembro de 2007

Michel ganha I-pod do Prêmio Perestroika Compumac



Foram muitos trabalhos legais. Mas o Michel realmente mereceu. Ele não só apresentou um grande número de peças, como quase todas eram legais e bem acabadas.

Além do I-pod Nano, oferecido pela Compumac para o primeiro colocado, o cliente garantiu a produção de cartazes com a campanha escolhida.

O briefing era simples: divulgar que tem I-pod Touch na Compumac.







Para Compumac, a gente deixa o nosso agradecimento. E ao Michel, os nossos parabéns. Alguém duvida que ele vai encher a cara para comemorar?

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

O cu doce de Salvador Dali.

Acho que a publicidade, às vezes, tem um discurso um pouco hipócrita. A gente fica falando "da busca pelo novo" quando, na verdade, nada, ou praticamente nada do que a gente faz, é realmente inédito. E sinceramente, não vejo nenhum problema nisso. A única coisa que me incomoda mesmo é ficarmos fazendo de conta que o nosso negócio é mais inovador do que realmente é.

Explico.

Vejam só esses dois exemplos. O primeiro vídeo foi criado por um fã do Daft Punk, que pegou a música "Harder, Better, Faster, Stronger" e fez um clip caseiro, todo analógico, e muito legal.



Na seqüência, veio um segundo clip, criado por duas meninas, em cima da mesma música, da mesma linguagem, dos mesmos recursos analógicos - mas de uma forma diferente (contribuição do nosso aluno Pinky Demutti).



Mesmo conhecendo a primeira versão, e mesmo percebendo elementos comuns, não há como não gostar do segundo vídeo. E por que isso acontece?

Lá em 1500 e pouco, um tal de Giuseppe Arcimboldo inventou os primeiros princípios do Surrealismo. Eram pinturas muitíssimo estranhas para os padrões estéticos da época. Na verdade, o Surrealismo só foi surgir como movimento muitos anos depois.

Fico pensando se o Salvador Dali, que pegou esses mesmos princípios e potencializou, que levou ao limite mais fantástico da imaginação, ficasse de cu doce. "Ah, isso já foi visto. Temos que pensar em algo totalmente novo". E nunca materializasse os quadros que todos nós admiramos.

Acho que existe na propaganda um certo purismo exagerado atrás do novo. Pra mim, a questão não é o ponto de partida. É o ponto de chegada. Se você conseguir agregar elementos novos a algo antigo, feito. Como nos clips do Daft Punk acima.

Certa vez li e nunca vou mais esquecer. "Saber copiar também é inovação".

Mas claro, tudo sempre dentro do bom senso.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

MIT confirma Prêmio Boris Yeltsin da Perestroika

Há uma semana, aconteceu no MIT (Massachusetts Institute of Technology, provavelmente o maior centro de tecnologia e inovação do mundo) a segunda edição do Futures of Entertainment. É um puta evento que, como o próprio nome diz, discute o futuro do entretenimento, mas também da publicidade, internet, mobile media, cultura pop, pesquisa de consumo e das chamadas ferramentas de mídia social.

Entre os vários fodalhões que participaram, estavam lá: Jesse Alexander (produtor e escritor da série Heroes), Mark Davis, (Social Media Guru do Yahoo), Jeff Gómez (CEO da Starlight Runner Entertainment, estúdio que criou o comercial Happiness Factory da Coca-Cola), e muitos outros figurões.

Ironicamente, as palestras aconteceram num momento muito importante para a indústria norte-americana. Exatamente durante a greve dos roteiristas, que estão reclamando sobre direitos autorais na venda de DVDs e downloads. Tudo isso só reforçou a discussão de quanto a internet, o celular e o iTunes estão reformulando o modelo de negócios de mídia e conteúdo.

Em função do evento, nos últimos dias, um dos nossos professores esteve em contato direto com o Doutor em Convergência de Mídias do MIT, Sam Ford. No meio da conversa, o Doutor recebeu o link com um trabalho dos nossos alunos. O Pitaco da Laura, vídeo criado para a disciplina do Felipe que fala exatamente sobre convergência de mídias.

Vejam só a resposta emocionada do cara.



É isso aí. Um dos cabeções do MIT pagou pau afu pro vídeo. Nessa hora, dá vontade de levantar um cartaz dizendo "a gente já sabia". Tanto que o Pitaco da Laura foi um dos dois vencedores do Prêmio Boris Yeltsin do semestre passado.

Quem imaginaria que, com apenas 9 meses de vida, a Perestroika já estaria sendo falada dentro do MIT, hein?

Parabéns, Laura. E vamos rever o vídeo, porque ele merece.



P.S.: Em breve, esperamos receber um email da NASA elogiando o Golpe do Facco.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Mico Leão Dourado

Eu sempre achei que sempre houve um bucado de histeria em volta do assunto ecologia. Veja bem, não tenho nada contra a ecologia. Desde que ela fica na dela e não me incomode. Tipo, não quero que as árvores se fodam, que as calotas derretam, que as aves marinhas fiquem cobertas de óleo. Não quero que ninguém sofra e tals.

Mas tem gente que exagera muito.

Desde os primórdios da vida sobre a terra, muito animal já foi extinto. Já teve mais espécies extintas do que a soma de todas as que existem sobre a terra hoje. Fora os dinossauros, os mamutes e o homem-de-neandertal, tem uma pá de bixo que já era. E tá, estamos aí, vivendo numa boa. Ninguém morreu por causa disso, né? Fora quem morreu.

Mas tá. Tu tá aí, lendo o post, com certeza bem melhor que se ainda tivessem dinossauros na banda. A extinção é uma forma de evolução, eu diria. As galinhas, por exemplo, acho que já não precisamos mais dela. Já temos formas de carne mais evoluida. E esse negócio de querer ficar salvando todo mundo é não é muito natural. Talvez não seja nem muito ecológico.

Falando sério: o mico-leão dourado não vai fazer TANTA falta assim, né? Tem bastante macaco de diversos tipos pra cobrir por ele.

Alguém consegue me explicar por que tanta preocupação com os miquinhos?

Novo professor.

A partir de sábado que vem, a Perestroika tem um novo professor.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

HOJE FUI AO CENTRO

Tirei esses 3 primeiros dias da semana para organizar a minha pauta da vida pessoal. Marcar médicos, pagar impostos, arrumar o DVD player. Coisas que - vocês vão ver em pouco tempo, a gente nunca tem tempo para fazer. E daí uma das coisaas que eu tinha que fazer era no centro. Fazia bastante tempo que eu não ia ao centro.

Foi um saco, por causa do trânsito, que tava muito foda. E mais o problemas de estacionar no centro, que é bem foda. E mais caminhar no centro. E ficar meio em dúvida se a Marechal José Inácio é quantas antes da Otávio Rocha ou se é mais pro lado da Dr. Flores.

Mas eu vivi uma cena que foi ducaralho lá no prédio da Galeria Malcom. Na hora que aconteceu, pensei "É isso que eu vou postar hoje". Uma típica cena de piada da vida real, que, inclusive, faz parte do conteúdo da minha aula do Módulo 2. Sensacional.

E hoje era meu dia de postar. Tinha que postar até a meia-noite.

Mas no fim, tinha tanta coisa na minha pauta pessoal, que acabei chegando tarde em casa. Bem cansado. E essa história precisa ser contada com calma. Com inspiração. Com detalhes. E logo que eu entrei no computador, fiquei trocando uma idéia com o Guile e com o Michel e com a Gabi Elias por MSN, tirando algumas dúvidas deles sobre questões da Perestroika, e, quando me dei conta, já tinha passado da meia-noite.

Então, peço a todos desculpas por não ter postado no prazo que eu tinha como compromisso. Foi realmente foda meu dia. Mas amanhã mesmo vou escrever a história do centro como ela merece ser contada e vocês vão ver que valeu a pena esperar.

Abraço,
Felipe

***************

Senhoras e senhores,

E assim terminamos a aula de hoje. Uma demonstração prática de que o método da Abordagem Sincera, quando usada com técnica, realmente é capaz de sensibilizar o cliente. E transferir a reunião.

Obrigado
A direção de Perestroika.

domingo, 18 de novembro de 2007

Construção de personagens

Um dos assuntos que eu mais tenho estudado nas últimas semanas, e que tem boas chances de aparecer nos novos projetos da Perestroika, é construção de personagens. Coincidência ou não, recebi por email um texto do Fernando Meirelles falando exatamente sobre isso.

A dica foi do Guilherme Rech, indicado da Turma 1, que viu no Blog do Ensaio Sobre a Cegueira:
http://blogdeblindness.blogspot.com. Por sinal, o Blog em si já é uma dica ainda melhor que o próprio post.

Pra quem não sabe, Ensaio Sobre a Cegueira é uma adaptação do best-seller do Saramago que vai para o cinema pelas mãos do Fernando Meirelles.





Post 8: Sobre Esmalte, Maconha e Lance de Dados.

Durante um ensaio, o Gael (García Bernal) andava vendado por um corredor cheio de lixo cenográfico quando pisou num tubinho circular. Abaixou-se, pegou o volume sob seus pés e sem saber do que se tratava, desrosqueou a tampinha e cheirou. Era esmalte. Teve um impulso de passar na unha, mas se conteve. Esta pequena experiência casual modificou a linha de seu personagem e, com isso, o filme todo.

Convidei o Gael para fazer o papel do Rei da Camarata 3 porque imaginei que ser ia mais surpreendente um vilão boa pinta, com cara de garotão inofensivo. Já haviam me dito que ele é um ator que costuma interferir bastante na criação de seus personagens e essa foi mais uma razão para chama-lo. Gosto de ouvir idéias alheias e as uso sempre. Quando a gente coloca fichas no inesperado, ele acontece. Paguei para ver.

O Gael chegou no Canadá só em nossa terceira semana de filmagens, e foi no seu primeiro dia de ensaio que ele pisou no tal vidrinho. Ao cheirar o esmalte, pensou que o mesmo poderia acontecer com seu personagem e, portanto, o Rei da Camarata 3 poderia perfeitamente estar com as unhas pintadas na cena onde promove uma orgia com as mulheres das outras camaratas. Achei a idéia meio esquisita, mas dei corda. Não queria cortar a onda dele no nosso primeiro dia de trabalho. Quando a Micheline, maquiadora, soube disso veio me perguntar se eu queria mesmo pintar as unhas dele de vermelho. Minimizei:
"A cena é escura, nem vai dar para ver direito. Allons y*"
(* "Vamos nessa", em francês. Ela é de Quebec)

Para que o personagem não fosse confundido como uma drag-queen em potencial, ou para que o espectador não achasse que estivesse assistindo a "Má Educação-II" ao ver o mexicano com as unhas pintadas, antes de rodar a primeira cena do Rei pedi que ele encontrasse o esmalte por acaso, enquanto falava seu texto. A idéia era fazer o uso do esmalte parecer mais acidental e menos intencional. Só que ele foi muito mais longe e fez metade da cena mais concentrado no esmalte do que em seu texto. Achou o frasco, pegou, abriu, cheirou, passou o esmalte em cada unha, assoprou, esbarrou no vidrinho que caiu no chão, saiu procurando. Ia falando com os outros personagens completamente distraído, interessado apenas no esmalte. A cada tomada, ele acrescentava mais algum detalhe desta historinha paralela. O resultado ficou muito engraçado. O vilão cruel ficou parecendo um trapalhão que havia fumado três baseados, alheio ao sofrimento que estava provocando ao seu redor. Um cara mais irresponsável do que perverso e talvez por isso mesmo até mais assustador. Gostamos do resultado.

Uma vez encontrado este tom, resolvemos fazer as outras cenas do Rei na mesma direção. Com isso esse vilão meio xéu-bléu-bléu acabou virando o personagem mais cômico do filme. O espectador deverá detestá-lo por suas atitudes mas, ao mesmo tempo, poderá ter alguma simpatia pelo seu tom de moleque descompromissado. Humor é sempre um golpe baixo. Difícil resistir.

E foi assim que aquele pequeno incidente no corredor funcionou como um gatilho para que o Gael inventasse seu personagem. O tom encontrado trouxe oxigênio para a história e abriu um viés que não estava nem no roteiro e nem na minha cabeça no início das filmagens.

Lição do dia:
Criação é assim. Como um lance de dados, jamais abolirá o acaso.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Objetivos Turma 2

Director's Label

Todos vocês já ouviram falaram de um tal de Michel Gondry. E muitos de vocês talvez tenham ouvido falar do selo Director's Label, que reuniu os trabalhos do próprio Gondry, do Spike Jonze e do Cris Cunningham num DVD muito bacana. Uma excelente fonte de referência.

Pois o volume 2 já está à venda. Assim como o Silvio Santos, eu não vi, mas recomendo.

Nessa segunda edição, os diretores escolhidos foram Mark Romanek, Anton Corbijn e Stéphane Sednaoui. Além do multipremiado Jonathan Glazer, um verdadeiro ícone da propaganda moderna. Foi ele quem dirigiu o Sony Bravia das tintas (já postado nesse blog) e alguns dos comerciais mais memoráveis da última década.





terça-feira, 13 de novembro de 2007

Vai tomá no cu, filho da puta!



Rafael Tronquini, aluno da segunda turma da Perestroika é um dos 4 finalistas nacionais do VW Route. E tá mandando bem. No projeto e na entrevista. Parabéns, Tronquini.

http://www.portal3.com.br/_noticias/2007/11/02/not_12-11_4.htm

Um Dia De Fúria

No último sábado, vocês devem ter notado que eu estava um pouco mais tenso que o normal. Em parte porque alguns acontecimentos da aula me deram motivo para reagir assim. Mas o grande vilão foi o stress. É impossível acumular todos os compromissos que assumi nas últimas semanas sem afetar o humor.

Se de alguma forma eu ofendi alguém ou disse alguma coisa que possa ter ultrapassado o limite do bom senso, por favor: me desculpem. Definitivamente, não estava no melhor dos meus dias.

Com o passar dos anos, fui mudando radicalmente a minha forma de enxergar a propaganda. No início da carreira, era a minha vida. Não saía pra almoçar, ficava sempre até mais tarde, nem reclamava de ir final de semana. Falava para os colegas de faculdade "saí ontem onze da noite, tive que ir sábado e domingo, faz um mês que eu não tenho final de semana". Achava o máximo.

Aos poucos, percebi que grande parte do meu horário extra-pauta era porque eu ficava zoando durante o dia. E aí tinha que recuperar o tempo perdido na noite. Ou pior: muitas vezes eu ficava por ficar. Chegava 19h, puxava um papo, o pessoal pedia pizza, eu ia ficando, trabalhava meia hora, conversava um pouco mais. Aí lá pelas 23h, quando eu estava no bagaço, ia embora. Achando que tinha trabalhado pra caralho.

Na verdade, eu estava tentando convencer a mim mesmo que era mais dedicado que os outros. Quando, na verdade, meu número de horas de trabalho era baixíssimo.

Ainda estagiário, me dei conta desse padrão e mudei rapidinho. Notei que o mais importante não era o número de horas dentro da agência, mas o número de horas produtivas dentro da agência. Foi aí que eu vi meu trabalho evoluir bastante. Porque o extra-pauta deixou de ser um misencene e se transformou num diferencial competitivo de verdade.

O dia-a-dia do criador mascara bastante isso. Na maioria das vezes, se você quiser, pode passar o dia fazendo de conta que trabalha. O exemplo clássico é o brainstorm. Sem muita disciplina, o brain vira conversa fiada em questão de minutos.

Mas aonde eu quero chegar com tudo isso? Em duas dicas.

Primeira: não deixem a propaganda fuder a vida de vocês. Quem quiser ficar até tarde ou trabalhar no final de semana, beleza. Também não vou ser hipócrita. Acho que o início da carreira é a melhor época para o cara mostrar serviço. Mas façam disso uma coisa produtiva, ou vocês não vão estar perdendo de ambos os lados.

Segunda: quando o peso da pauta ultrapassar o lógico, e a vida de vocês se transformar num Carandiru remunerado, pensem bem. A gente não veio ao mundo pra ficar trancado dentro de uma agência. Mas não adianta ficar reclamando para os colegas no horário de almoço ou se lamentando para a namorada. Ou você faz alguma coisa para mudar, ou aceita as conseqüências. Porque certamente o seu chefe não vai virar para você e oferecer uma folga.

Tenho vivido Um Dia De Fúria atrás do outro. Mas dei uma sorte filha da puta. O auge do stress coincidiu justamente com o início das minhas férias. A partir de quarta, eu deixo de ser William D-fens Foster para ser Ferris Buller.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Só pra terminar de Salão.

É muito legal ver vários alunos e ex-alunos da Perestroika mandando bem no Salão. Não vou lembrar de todo mundo, mas sei que teve muita gente fazendo bonito lá no palco.

Dentre todos os trabalhos vencedores, queria destacar os spots criados pelo Tiago Ferrari e pelo Felipe Lermen, ex-alunos da Perestroika. O júri premiou com Prata. E num ano em que a categoria Rádio estava com um nível altíssimo, essa Prata fica ainda mais valorizada.

Parabéns aos dois.

sábado, 10 de novembro de 2007

Volte até a primeira casa.

Começo a escrever este post às 5:41 da madrugada de sexta para sábado. Tudo porque fui acordado por uma ligação de tirar o fôlego. Meu irmão (não o Pinky, o outro) tomou todas, bateu o carro, se enrolou com a polícia e eu tive que ir lá dar uma força. Missão cumprida. Ninguém se machucou, ninguém foi em cana. Só eu, que agora perdi o sono e aproveitei a internet pra me distrair.

Quando a gente é gurizão, faz muita merda. E exatamente por ser gurizão, a gente sempre pensa que não vai dar nada. Não usa camisinha, compra briga por bobagem, dirige no trago. A relação da juventude com a vida é muito instantânea. Um cara de 20 e poucos anos não consegue ter uma visão de médio prazo. É tudo de agora pra agora.

Eu canso de ver estagiários talentosos se queimando por bobagem. E confesso pra vocês que, com o passar do tempo, tenho achado isso cada vez mais comum. Gente que não cuida horário, que não respeita a hierarquia, que reclama de qualquer coisinha, que faz corpo mole na hora errada. Acho cômico quando um assistente chega atrasado, nitidamente de ressaca, e inventa uma desculpa esfarrapada. Ou quando vai trabalhar chapado e acha que ninguém vai perceber. Ou quando passa o dia no MSN, ou no e-mail, ou coçando o saco, e acha que não vão notar.

Construir uma carreira exige planejamento, dedicação e muitos cuidados. Mesmo que você sempre ande na linha, um passo em falso fode tudo. Mais ou menos como aqueles jogos de tabuleiro. Você está quase no finalzinho, quando tira uma carta "Seu chefe encheu o saco das suas desculpas. Perdeu tudo. Volte até a primeira casa."

Sugiro que todos vocês releiam o "Manual do Estagiário" do Eugênio Mohallem, que entregamos no CD da aula inaugural, mas também pode ser encontrado com facilidade na internet. Tudo o que ele fala sobre a postura de um assistente é lei. Até porque, tudo o que ele fala sobre qualquer coisa é lei.

Você é um produto, mas você também é a agência responsável por esse produto. Pense a médio/longo prazo. Coloque cada tijolinho no capricho. O muro não precisa ficar pronto rápido. O mais importante é que, no final, a parede esteja bem sólida. Se você fizer tudo direitinho, um dia pode estar criando comerciais tão bacanas como este.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

DCS - Agência do Ano



Salão para cardíacos. Foi o Salão mais disputado dos últimos anos. Tudo só foi decidido com os GP's e os Profissionais do Ano.
Foi emocionante mesmo. A gente ficava contando os pontos e a liderança mudava a cada resultado que era revelado.
Quando a Agência do Ano foi divulgada nossas mesas explodiram.
Valeu pela torcida.
Abaixo, a lista dos GP's.


Grand Prix
JORNAL
Agência: DCS
Cliente: Iguatemi
Título: Donna Fashion Iguatemi 2007
CARTAZ
Agência: Competence
Cliente: Ministério do Desenvolvimento
Título: Desaparecidos
MÍDIA EXTERIOR
Agência: DCS
Cliente: Vonpar
Título: Elevador
RÁDIO
Agência: Escala
Cliente: Zero Hora
Título: Série Verão
REVISTA
Agência: Novacentro
Cliente: Revista Voto
Título: Bandeiras
TV e CINEMA
Agência: DCS
Cliente: Olympikus
Título: Quadras

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Lotou



Quem ainda não visitou a Vulgo.
Por favor, apareça. A loja está dando aula.
Tá transbordando de bom gosto. Fiquei realmente impressionado.
É uma ótima combinação de idéia, bom gosto e pertinência. A Padre Chagas vai ser outra. A loja descolou de tudo.
Em pouco tempo a Vulgo construiu a sua personalidade. Lembram da aula sobre esse assunto?
Continua com a proposta "maloca na padre chagas", mas tá diferente e melhor.
A loja tá maior. Tem produtos diferentes que merecem uns bons 30 minutos de atenção, como livros, revistas, almofadas, bonequinhos, toys. Nessa meia hora reparem cores, formas e combinações. Outra aula.
Pergunta para os mais atentos, qual a grande diferença desta Vulgo para a de antes?
Agora tem vitrine. Na minha opinião, isso vai fazer uma diferença enorme. A marca vai ter mais exposição e vai seduzir ainda mais.
Taí um desafio para os proprietários. Ter sempre uma vitrine bacana.
Tenho certeza que será uma vitrine melhor que a outra. Mais uma aula.
O mais legal é que tem todas essas coisas diferentes, mas não desviou do seu caminho. Outra aula.
Teve mais de 700 pessoas na noite da inauguração. E não teve nenhuma mídia paga para realizar isso.
Idéia boa não precisa custar caro. Outra aula.

Pô Marcio, depois de todos esses elogios tu podia me vender aquele tênis, hein?

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Corrente positiva.

Boas novas.

Três professores de vocês são finalistas no Salão da Propaganda, o maior prêmio do nosso mercado. O Rafa vai em busca do terceiro caneco de Diretor de Arte do Ano. O Tiago e o Márcio tentam repetir o Salão passado, quando foram Redator e Anunciante do Ano respectivamente.

Verdade seja dita: tá foda. E não é papinho. Os concorrentes são fortíssimos e, a julgar pelo short-list, os outros candidatos têm possibilidades bem mais reais. Mas vai saber, né? Talvez com uma corrente positiva dos alunos da Perestroika, dê pra virar esse jogo.

Quinta-feira sai o resultado. Independente do que acontecer, já vale a comemoração. Ficar entre os três indicados, num mercado com tanta gente boa, não é pouco.

E com certeza vale dividir isso com vocês, alunos e ex-alunos. A Perestroika tem nos ensinado muita coisa. A convivência, as perguntas, a curiosidade. Tudo isso contribui - e contribui muito - para o crescimento de nós quatro. De alguma forma, vocês também estão nessa peleia.

Valeu por tudo, galera. Vocês são do cacete.

Semana da Comunicação



Mais um ano, e chegou a época da Semana ARP da Comunicação.
A cada ano a ARP melhora a organização. O evento fica mais bem acabado, fica mais caprichado.
Esse ano promete. Estamos todos na expectativa de um grande evento.
O mercado todo espera esse momento de reflexão, de encontro de amigos (afinal, a gente trabalha tanto que nunca tem tempo de encontrar essas pessoas).
Este ano a Semana ARP da Comunicação vai ser no Bairro Moinhos de Vento.Todo o bairro está decorado com adesivos, placas, boxes, lounges e painéis.
Toténs da ARP estão distribuídos pelo bairro colocando à disposição de todos um jornal com todo o Short list do salão e a programação de palestras e eventos.
Portanto, quem ainda não tem o seu tem que correr.

Serão várias palestras e atrações espalhadas pelo bairro.
Ontem foi a abertura oficial da Semana com uma palestra do Faustão.
A programação de hoje promete. A palestra as 15h do fotógrafo Celso Chittolina com o manipulador de imagens Márcio Negherbon no Press Café - Hilário Ribeiro, 281 é a minha dica de hoje.
Quem puder dar uma escapada do trabalho e depois voltar, eu recomendo.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

VULGO - Marina Ferreira

Vejam que bacana o vídeo da Marina. Vamos dar uma mexida, mas a idéia ficou legal e já tá aí pra galera conferir.

Vulgo - Inauguração - 06/11/2007

Muito bacana o vídeo do Gustavo, Michel e Lucas. Mais tri ainda é que vem junto com uma ação.

A idéia é fazer o vídeo passar na loja. O cara que lembrar de 10 personagens que estão presentes ganham X em desconto.

Essa versão é pra falar do dia que abre a loja. Por sinal, estão todos convidados pra bagunça na Padre Chagas, a partir das 20h.

Vulgo Prendedores

Vale a pena ver o vídeo/vinheta que a Ana Rovati fez. Idéia muito bacana, trilha legal, diverte qualquer um.

Ações Vulgo 1

Acabou o mistério.

O balanço das ações que foram pensadas pra Vulgo é positivo e a partir hoje vou mostrar os que mais se destacaram E QUE SÃO BACANAS DE MOSTRAR NO BLOG. Tipo assim, ações apenas descritas tem que ser executadas, fotografadas e aí sim, postadas.

Tem algumas idéias bacanas mesmo, que respeitaram a verba e podem ser muito eficientes se colocadas em prática. Outros pensaram bem mas extrapolaram a grana. Tem também as idéias com insights interessantes, mas que pra fazer valendo Brahma MESMO teria que dar uma garibada. Falta, digamos, uma orientação, coisa que numa agência seria papel do diretor de criação. Faz parte, é o processo de trabalho mesmo. O importante é ver a faisca. Ver o neguinho pensando fora da bolha.

Vou tentar colocar o máximo delas na rua. É barbada de fazer. Se vocês curtirem vamos agitar e organizar o calendário pra isso. A maioria é atemporal, então rola fácil.

Aconteceu tb o seguinte: algumas idéias se repetiram. Não vou escrever no blog quem tb fez, mas não pensem que dormi no ponto e não me liguei. Aí quem tb passou pelo mesmo caminho pode colocar algum comentário no post. A idéia de andar com um cabideiro na Padre Chagas por exemplo, é tri legal e vi nuns três trabalhos. É barata, chama atenção, apresenta o produto e fala com o público da Vulgo que circula um montão pelas ruas no horário do almoço, por exemplo.

Na próxima aula, os interessados podem me procurar, e aí comento individualmente, com mais detalhes, minha opinião sobre as ações.

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O primeiro trabalho que quero publicar foi feito pelo Gustavo Panichi, Lucas Peixoto e Michel Morem. Está muito bem apresentado e tem várias ações bacanas. As ações do boeiro e dos cavaletes já estão em produção e assim que for executada vem pra cá pra todos conferirem.






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Outro trabalho que chama atenção é do Maurício Antunes. Uma das ações é divertida e tem um conceito forte pra caramba: Porto Alegre veste Vulgo. Rende uma barbaridade e é simples de fazer. Adorei,

Confiram o layout. Bacana mesmo.





Bom, pra iniciar é isso. Parabéns a todos que se puxaram. Os próximos posts vem com vídeos.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Edição extraordinária.

Vocês devem ter recebido um email bem importante, falando sobre os dois amigos que poderão indicar para a próxima edição da Perestroika. Pensem com carinho nos nomes e enviem para o endereço indicado até 9/11. Se por acaso alguém não recebeu esse email, fale comigo.

Abraços.
tg

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Circuits of cool

A MTV internacional acabou de fazer um grande estudo sobre o jovem e a tecnologia. Tem coisas bem legais e mais uma vez a galera da Perestroika pode conferir o resultado em primeira mão.

Se antes, ao pensar no jovem (sim, vocês, alunos), necessariamente se falava e discutia música, moda, tênis, hoje o assunto na mesa de reuniões das corporações capitalistas mais perversas, nas discussões estratégicas, o que se questiona é o uso que o jovem está fazendo da tecnologia e o impacto em suas vidas. Palavras estranhas para eles, como My Space, You Tube, blog, iPod entram na roda. E é deste lugar que se tiram conclusões geniais, como a de que o jovem não assiste mais TV.

BULLSHIT.

Então como a galera, de fato, tá vendo tudo isso? Bom, era exatamente essa a proposta do estudo.

A resposta é óbvia e possivelmente jamais seria apontada por um senhor de sessenta e poucos anos que acaba de sair de uma reunião onde foi apresentado o resultado financeiro da empresa do mês.

Pois bem, vocês (jovens entre 14 –não é o caso- até 24 anos –agora sim) não amam ou odeiam, vocês simplesmente NÃO percebem a tecnologia . Assim como eu, tiozão, não percebo a geladeira. A TV a cores. O Genius. Eu vim ao mundo e os alimentos já eram guardados na cozinha e se mantinham resfriados dentro de uma caixa retangular, pesada e que, se fosse Frigidaire e tu fosse abrir molhado, dava um baita choque. Pra minha vó, aquilo era tecnologia. Pra mim, geladeira.

Tipo, o Blackberry é, para mim, o que a TV a cores ou depois a primeira transmissão ao vivo foi para o meu pai. Uma novidade percebida. E é quando chamamos isso de tecnologia e não pelo nome.

E o Genius. Bom, eu até chamo pelo nome, mas até hoje não entendo muito bem pra que serve.

O resultado completo a gente pode mostrar em aula, se vocês quiserem. Abaixo, alguns tópicos e conclusões. Algumas mais percebidas, outras bem bacanas. Ah: a pesquisa foi feita com mais de 18.000 jovens, de 16 países. No Brasil, só jovens das classes A e B foram ouvidos).

- Em função da tecnologia, o jovem está mais indoor.

- Os jovens de todo o Mundo (literalmente) estão mais parecidos, pois têm acesso à mesma mídia.

- A forma de relacionamento com os amigos mudou. Hoje o jovem tem mais amigos. E amizades mais profundas. Dizem que conseguem falar coisas pelo IM que não diriam olhando no olho. Conversam mais.

- Os amigos agora são os canais de comunicação mais relevantes, mais cativantes e os mais disponíveis para um profissional de marketing. Os amigos, assim como as marcas, possuem o poder de conferir credibilidade a um produto

- Os brasileiros têm, em média, 94 amigos (a média mundial é 53). 6 íntimos, 40 amigos e 48 amigos online, que ele raramente ou nunca encontra pessoalmente (potencial de buzz pela internet bizarra, certo?!).

- O perfil de uso da web pela galera: a maioria é “observador” (só assiste) e “promotor” (assiste e repassa). O jovem de hoje não é mais criativo, o que acontece é que tem mais visibilidade.

- A TV continua sendo uma das opções favoritas. O Brasil é o país que mais tem TVs no quarto no mundo! É uma das únicas atividades que até o jovem pára pra fazer, e relaxa, se abre. Fica passivo (sem segundas interpretações.).

- Adoram comerciais de 30’’. Pra eles é um baita tempo, dá pra contar tranquilamente uma história. E, se for bacana MEEESMO, ele ainda vai colocar no YouTube e repassar pra galera. Claro, vai conferir status pra ele (é a glória de uma marca, depois disso, o cara pode se aposentar).

- 58% prefere mais os comerciais de 30’’ do que a programação da TV.

- Os jovens são mais impactados pela propaganda na TV do que na internet. A TV, para o jovem, é a oportunidade de conhecer aquilo que eles não estão buscando. Além disso, o meio confere mais credibilidade.

- O jovem não mudou. Hoje, o que eles têm mais são ferramentas.

- O sucesso de uma tecnologia depende do uso/necessidade (olha a geladeira e o Genius, quem existe até hoje?). Sendo que o conceito de necessidade ainda depende claramente de sexo, idade e local.

- O jovem tem desejo de estar sempre conectado. Quase metade (na pesquisa tem o número exato), quando acorda, a primeira coisa que faz é olhar o celular. E antes de dormir, a mesma coisa. Mais da metade, quando entra na internet, a primeira coisa que faz é acessar o IM e email.

- A tecnologia simplificou, sim, o mundo para o jovem. Ele reconhece.

- Música mais importante do que nunca. Ele só consome, gasta, em ocasiões especiais: um CD com edição limitada, um CD que goste de TODAS as músicas, um ingresso para show, um DVD ao vivo. Mas a experimentação se dá pela web. A grana só vem para o que vou simplificar chamando de experienciação.

Os dados são estes.

Eu acho TV punk. Adorei ver isso no resultado da pesquisa. Adorava criar filmes. Uma grande idéia, bem executada pra caramba, com grana pesada de produção, é muito forte. Mexe com vários sentidos. Não é por nada que o cinema é o CINEMA. E com a audiência que a TV tem no Brasil, olha meu, é difícil de bater falando em estratégia de marketing para alto volume de vendas.

E é claro que se o filme for bom pra TV ele tb vai ser bom pro YouTube. E vai ficar mais forte quanto um amigo passar pro outro, que passar pro outro. Mas até isso a TV potencializa. Ela espalha o chumbo. São mihões de pessoas que vão ver o comercial, basta um decidir colocar na internet e tudo pode acontecer por ali tb.

Isso se a idéia não tiver rendido mais ações. Porque um mais um em marketing sempre é mais do que dois.



Ah, ah, falando em tecnologia: quem vai ganhar o iPod?

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Como surgiram as grandes expressões

Vocês já ouviram alguém falando "Dá a volta por cima"? Da onde veio isso? Por que toda vez que eu fico brabo ou puto com alguma coisa alguém chega e diz "ah, tu dá a volta por cima"? Quem foi a primeira pessoa que falou "dá a volta por cima"? ô meu! dá a volta por cima.

Essa é uma pergunta que me intriga há alguns anos já. E vocês podem imaginar que, dedicando algum tempo pra pensar sobre esse assunto em específico, eu devo ter chegado a alguma segunda etapa do raciocínio. Que não é assim, uma conclusão digamos, mas que é com certeza mais do que tu já parou pra pensar, porque tenho bastante convicção de que você não parou para pensar nesse assunto por motivos que eu entendo plenamente.

Buenas, o que eu fiquei pensando é que essa expressão poderia ter surgido assim: o cara tava dirigindo no centro de porto alegre. Aí, a mulher tava conversando com ele, e ele tentando descobrir como pegava a rua Tenente Bartolomeu. Só que, muitas vezes essas ruas menores, dumas celebridades históricas do segundo escalão, tipo o Oscar Magrini na Globo, eles não colocam a plaquinha azul aquela em todas as esquinas. Então o cara vai olhando achando que aquela ali é a rua, mas ao mesmo tempo achando que não, afinal, não tem plaquinha. E, ao mesmo tempo fazendo o marcador verborrágico só pra parecer que eles está prestando atenção na conversa da mulher: "huhumm...huhum".

Aí, ele se liga quando o carro já tinha passado do ponto certo de fazer a curva que não, aquela deveria ser mesmo a rua. Aí pára meio bruscamente e tenta dar uma ré. Só que daí já vem um monte de carro atrás, meio botando luz alta e já ligando o pisca pra sair de trás do cara. E ele fica meio com vergonha de estar atrapalhando o trânsito ao mesmo tempo que quer meio dar uma de fodalhão e não se mixar só porque tem uns caras reclamando porque, afinal, tem um monte de vezes que pára um filho da puta na frente dele que no final das constas dá a ré mesmo e entra na rua certa.

Isso tudo dura uns 2 segundos que é o tempo de ver que, tá, não vai dar. Daí o cara engata a primeira e, meio por ter perdido a rua e meio porque tá se sentindo um CAGALHÃO, fica puto. E começa a xingar no carro interrompendo a conversa da mulher. PORRA. QUER MERDA DE RUA QUE NÃO TEM A PORRA DA PLACA.

Aí a mulher vira para ele e diz:
"Calma amor. Pega a próxima a direita e dá a volta por cima."

É bem improvável. Mas poderia ter sido assim

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Módulo II

Agora é oficial. No primeiro semestre de 2008, a Perestroika lança o Módulo II. Será a continuação do Módulo I, na mesma batida da Perestroika que vocês já conhecem - porém com um conteúdo ainda mais preza.

Do pouco que podemos adiantar, uma coisa é certa: os indicados terão prioridade na inscrição. Portanto Facco, Rech, Nato, Carol, Laura e Tiago já saem em vantagem.

E na turma 2, quem serão os indicados? Hein? Hein? Por enquanto, não tem nada decidido. O Jogo, A Coisa e os trabalhos que ainda faltam é que vão dizer.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

O poder do design

Minha filha acabou de completar 18 meses, que não é 18 anos mas deve ser a maioridade infantil. Deve representar o momento onde a pessoa deixa de ser bebê e vira criança. No meu caso, isso representa que agora ele decide a hora que tem que tirar o sapato, qual o pijama que ela quer vestir e qual o remédio que ela quer tomar.

E também representa que agora ela define se vai ou não tomar a mamadeira, o que vem tornando a hora de dormir bem mais complicada à noite. Ela já entendeu que a hora de mamar é hora do sono, e, como ela já é maior de idade, não quer dormir cedo. Dez e meia, onze horas é cedo demais e não dá para pegar a reprise da Pinky Dinky Doo no Discovery Kids.

Ontem, depois de negar o mamá, ela, bem bela sentada no sofá assistindo Pinky Dinky Doo, começou a pedir "Água, água. Água, água." (ela sempre repete as palavras).

Aí, eu tive o insight genial. Vou sacanear essa guria, eu pensei. E vou usar todo o poder do design como meu aliado.

É aquela velha história: teste cego de cerveja, ninguém adivinha o que tem dentro. O que as pessoas bebem é o rótulo e a imagem da marca, como vocês bem puderam comprovar em aula. Tem também o velho chavão do blind-test da Coca e Pepsi, onde ninguém acertava qual é qual.

Eu tenho um amigo que mantém um pote de ferro da Manteiga Aviação em casa. Aí, ele põe uma manteiga qualquer dentro e depois regozija-se ouvindo os convidados elogiando "Essa manteiga aviação, não tem nada igual, né?" - Eu vi isso acontecendo.

O meu plano: colocar o leite que jazia dentro da mamadeira intocada dentro do copinho de água dela, que é fechado e não dá para ver dentro. Certamente, o poder do design ia mexer com a cabecinha inocente da minha filha e ela ia tomar leite sentindo gosto de água.



Resultado?

Ela tomou meio gole, jogou o copo longe, olhou pra mim e disse "Água, água."

Moral da história:
Se num blind test você colocar geléia de figo no pote de Aviação, Fanta Uva na lata de Coca ou Sangue de Boi na garrafa da Kaiser, os resultados poderão variar.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Pergunta

Amigos, me respondam por gentileza, se possível for: um estudante de design tem que fazer quantas cadeiras antes de se formar?

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Eu e os pronomes demonstrativos

As pessoas vivem me fazendo perguntas.

"Felipe, o que tu acha disso?"

"Felipe, como tu me explica isso?"

"Felipe, podia me ensinar a fazer isso?"

"Felipe, como pode acontecer isso?"

"Felipe, é possível isso?"

"Felipe, como é que tu faz isso?

"Felipe, como funciona isso aqui?


E sabe o que eu respondo para essas pessoas?
"Depende do que tu quer dizer com "isso". Dá pra ser mais específico?"


O Mestre Cervejeiro

Vocês já pararam pra pensar na vida do Mestre Cervejeiro? Não, né? Então, da próxima que for reclamar da vida, pense na seguinte cena: depois de um dia inteiro de trabalho, provando caixas e mais caixas de cerveja para ver se está tudo bem e - sabe como é - fazer o controle de qualidade e tal, o mestre chega em casa. Cansado. Exausto. Querendo relaxar. Aí, o que ele faz? Decide tomar uma cervejinha. Uma só, para desopilar, tirar os problemas do trabalho da cabeça.

Aí, ele tá ali, tomando aquela cervejinha, sorvendo com sua sapiência de mestre, degustando mesmo, deixando suas papilas gustativas absorverem a mistura perfeita de lúpulo, malte e cevada.

Daí, no melhor do descanso, chega a mulher dele reclamando:
"Pô Peixoto, quantas vezes eu já te disse pra não trazer trabalho pra casa?"

Toma outra, Peixoto.

Design Minguante

Gente, acho que achei um erro na teoria do Design Inteligente.

Se esse tal designer inteligente é tão inteligente assim, me expliquem o seguinte: por que a lua crescente tem forma de "C", mas a lua minguante não tem forma de "M"? Hein? Hein?

Arrá!

sábado, 20 de outubro de 2007

Eu adoro volante bandido.

Uma das coisas que eu mais gosto na Perestroika é, como diz o Felipe, quebrar a matrix da turma. Porque no primeiro dia, a gente olha lá de cima e fica imaginando quem vocês são. Mesmo com os questionários, mesmo com aqueles cinco minutos de bate-papo na recepção da DCS, fica impossível tirar qualquer conclusão sem cair em preconceitos e estereótipos.

Com o passar das semanas, cada um vai se revelando. E é aí que a coisa fica bacana. O Lucas deixa de ser o filho da Helena. O Panichi deixa de ser o pinta que imita o Silvio Santos. Cada um se tranforma num cara diferente daquele neguinho do primeiro dia de aula. E invariavelmente essa nova pessoa é muito mais legal.

É nessa hora que a gente vê quem vocês realmente são.

O mercado publicitário nos induz a seguir um modelo que nem sempre combina com a gente. Temos que comprar na Mulher do Padre. Temos que cortar o cabelo no Sexton. Temos que andar de All-Star e Ipod. Ou não, mas daí vão olhar você dos pés à cabeça com um ar de reprovação. Justo o mundo da publicidade, que se diz tão mente aberta.

Não há nada de errado em gostar da AMP ou de All-Star. O errado é ser engolido por esse universo. Não é fácil ser pagodeiro num meio onde todo mundo gosta de música eletrônica. Não é fácil ser mauricinho quando todo mundo é hype. E se você é pagodeiro ou mauricinho, tenho certeza que vai concordar comigo.

O mais importante é ser autêntico. Porque você só consegue dizer coisas verdadeiras - seja na propaganda, seja na vida - se você for verdadeiro. Quando a gente vive um personagem o tempo todo, e só deixa o papel quando deita na cama, alguma coisa está errada.

Se o seu negócio é pagodão, desses bem bagaceiros, não tenha medo de assumir. Até porque, uma hora ou outra, isso vai ser uma puta vantagem competitiva para você. Já pensou, quando tiver que criar um jingle chicletão para a Eldorado? Tenho certeza que vai tirar de letra.

Seja autêntico. Os caras mais fodas que eu conheço são assim. E só são fodas porque são assim.

Eu adoro volante bandido, jogar poker, Jack Black, cafuné, almoçar sozinho, feijão com farinha, camisa de botão, humor negro, filmes de máfia, dar aula na Perestroika, minha mulher, a sobremesa do Constantino, as piadas do meu vô, Diogo Mainardi, conversar com estrangeiros, Buenos Aires, fazer churrasco ouvindo Sala de Domingo. Eu odeio dirigir, tirar fotos, casamentos, fazer a barba, trabalhar no final de semana, livros com mais de 100 páginas, frutas, verduras, inverno, morar longe dos meus pais, Cinema Novo, gente que dança no meio da rodinha, Faustão e luau com violão. E tudo isso, certo ou errado, eu tento colocar nos meus títulos e roteiros da maneira mais verdadeira possível. Porque essa conjunção de fatores, essa visão de mundo, é um privilégio só meu. Se eu conseguir tranformar isso numa coisa interessante, será impossível copiar.

Nesse sentido, um aluno conquistou meu respeito e admiração. Um cara que é bem resolvido, que não se intimidou nem pelos alunos, nem pelos professores. Que lida com as brincadeiras com bom humor, sem nunca esquentar a cabeça. E que, mesmo com todas as provocações, nunca foi capaz de nos xingar com um único palavrão.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Tenha sempre um plano B.

No último filme da trilogia Bourne, um dos fodões cita uma frase que eu sempre tive como lema, mesmo sem conhecê-la.

"Espere o melhor, mas prepare-se para o pior". Seja otimista, mas sempre tenha um Plano B.

Na propaganda esse é um exercício diário. É sempre importante fazer pensamento positivo. Mas nunca deixe de ter uma cartinha na manga, uma idéia na mocosa, caso dê tudo errado com o Diretor de Criação. Um título reserva, caso o cliente reprove na última hora. Um layout coringa, pra quando surgir um pit fura-pauta. Tenha sempre uma saída pela esquerda, porque surpresas numa agência de propaganda são tão comuns que nem surpreendem mais.

Por mais que você se planeje, por mais organizado que você seja, por mais que você preveja os acontecimentos, volta-e-meia dá merda. E normalmente quando a bomba está prestes a estourar, quem corta o fio vermelho é a criação. Veja o meu caso: entrei a madrugada por causa de um trabalho muito legal, mas que está queimadaço. Tô aqui, criando roteiro em cima de roteiro, porque amanhã não teremos chance de errar. Já devo estar no plano J.

Foda que, assim, faltou tempo para escrever um post inteligente no Blog da Perestroika. E daí, o que se faz?

Bom, daí você coloca um vídeo do novo Winning Eleven para Wii. Que não tem nada a ver com propaganda - mas é o jogo predileto de 9 entre 10 Perestroikanos.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

A mosca e a sopa.

Balada. Tentando tirar o atraso. Falo que sou publicitário. Banco de bacana. Vai que cola.

Mal sabia eu que, naquele exato instante, minha percepção sobre a profissão estava prestes a mudar.

- Que legal. Me conta uma propaganda sua. Uma que eu conheça.



A publicidade nos dá uma falsa sensação de popularidade. Porque o nosso trabalho está lá, na rua, no outdoor, no jornal, no rádio, na TV. Pra todo mundo ver. Só que ninguém dá bola. É cruel saber que a gente trabalha tanto e que, na maioria dos casos, as pessoas simplesmente viram a página. Nós somos a mosca na sopa.

Quando sai o nosso primeiro anúncio, a gente recorta, mostra pra família, emoldura, bota na pasta. Abre a Zero Hora, na página 18, e fica babando por um simples rodapé. E isso é muito bacana. Essa relação de criador-criatura, de Dr. Frankenstein, é fundamental. Temos que ter orgulho daquilo que fazemos, assim como uma mãe sempre tem orgulho do filho. Por mais pestinha que seja, por mais este-título-é-do-cliente que seja.

Mas não podemos nunca nos deixar iludir. A visibilidade do nosso trabalho é infinitamente menor do que parece.



Demorei muito tempo pra entender essa dicotomia. Mas não entender do tipo "ah, entendi". E sim o "ah, agoooooooooooooooooora entendi". Só no dia que uma mina qualquer, de uma noite qualquer, me jogou essa verdade na cara. Que os meus filhos não eram tão bonitos e inteligentes quanto eu gostaria que fossem.

A não ser que você tenha uma idéia realmente fantástica, ou que você tenha a sorte de contar com um plano de mídia poderosíssimo, a sua campanha tende a cair numa vala comum. E ao contrário do que possa parecer, este não é um privilégio dos iniciantes. Bem pelo contrário.



Quanto maior a exposição, maiores são os polices. Maiores são as verbas, maior o medo do cliente perder uma puta grana. Maiores os boards de aprovação, maiores as possibilidades de um aspone botar tudo a perder. Maiores as responsabilidades, maiores as chances de alguém bater nas suas costas e dizer "tem que ficar bom, hein?".

Quanto mais você cresce na profissão, mais difícil as coisas ficam. Menor a sua chance de chegar uma idéia verdadeiramente original.

Portanto, aproveite esse início da carreira para ser irresponsável. Para tentar o diferente. Para chutar o pau da barraca. Existe uma estrutura que protege você e que impede que as suas barbaridades saiam pra rua. Entretanto, essa mesma estrutura vai perceber se você fizer algo novo. Seja cobaia das suas próprias idéias.

Faça como o refrão do famoso filme da Schin. Experimenta.



É isso que nos dá fôlego. É muito fácil se entregar para o sistema. É muito fácil desistir e fazer o que só o que o cliente vai aprovar. Mas os comerciais memoráveis são fruto da revolta, e não da acomodação. Se você quer que as pessoas não virem a página, é preciso ir pra luta. Se você quer que todo mundo pare na página 18, o seu rodapé tem que ser o melhor do mundo. É fácil ser mosca. Difícil é ser sopa.

domingo, 14 de outubro de 2007

Lami's Next Top Model

Adoro reality shows. Tudo começou com os nacionais No Limite, Casa dos Artistas e BBB. Acho que, tanto do ponto de vista pessoal quanto profissional, sempre tive o hábito de observar as pessoas no dia-a-dia.

Não tardou para que eu virasse fã também dos programas gringos. Especialmente porque trazem assuntos diretamente associadas à criatividade e/ou propaganda. O Aprendiz, Hell's Kitchen, Project Runway, On The Lot, ih, perdi a conta.

Neste exato momento, estou acompanhando o Brazil's Next Top Model. O original americano foi muito bacana, tinha lindas modelos e profissionais do primeiro time. Dava pra ver o poder do dinheiro alimentando a indústria da moda, por vezes glamourosa, por vezes não. Mas a comparação com a versão brasileira é chocante. Mesmo com gente de gabarito, o programa brasileiro parece pobre. Até as modelos são meio barangas.



Esse parece ser um bom exemplo da diferença dos mercados publicitários de moda nos EUA e do Brasil. Mesmo com inúmeros talentos por aqui, o consumidor brasileiro não tem poder de compra para gerar uma indústria fashion. Nada mais natural que isso se reflita nas verbas de publicidade.

Há muitas marcas de moda no Brasil, mas pouquíssimas investem pesado na hora de anunciar. Porque é caro contratar uma modelo foda, um fotógrafo foda, um maquiador foda, para clicar numa locação foda. É papel do criador dimensionar bem isso. Ou o nosso layout, com a Gisele Bündchen, fotografada pelo La Chapelle no mar do Caribe vira a fulaninha desfilando todo seu charme às margens do Lami. (Aula do Rafa)



Mais: para fazer volume, para vender para todas as classes, para fazer a máquina girar, a comunicação precisa ser bem menos sofisticada do que aquela que costumamos ver na Vogue. O que o Brasil consome não é o que nós consumimos. Os produtos que gostamos não são os mesmos que a Classe C curte. (Aula do Márcio)

Onde eu quero chegar? Que as nossas referências, que as coisas legais que vemos, que as novidades que acompanhamos pelo Youtube são a ponta do iceberg. E que não adianta simplesmente adequarmos isso para uma população que gosta de Zorra Total. É preciso quebrar a matrix, entender o que essas linguagens têm de legal e, aí sim: adequar para um formato mais popular. (Aula do Felipe)



Moda é foda. Cansei de criar campanhas que ficavam lindas no papel. O cliente aprovava, rasgava elogios - mas só até chegar o orçamento. Então cortava o Caribe, cortava o fotógrafo, cortava a modelo. Não sobrava nem dinheiro para a fulaninha no Lami. Nessa hora, ele pedia meio envergonhado: "não dá pra estourar o produto e colocar um título?". (Aula da Tiago)

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Tropa de Elite x Cidade de Deus

Encarei uma sessão lotada. Tive que sentar na primeira fileira. Tudo para suprir a minha curiosidade. Afinal, duas pessoas tinham dito que Tropa de Elite era melhor que Cidade de Deus. Até o ranking do IMDB (imdb.com), que sempre faço questão de consultar, confirmava isso. E quando você considera Cidade de Deus um dos melhores filmes da história, a expectativa passa a ser das maiores.

Não vejo novelas, acho que a trama demora muito a se desenrolar. Por isso, não tive a oportunidade de acompanhar a grande atuação do Wagner Moura como o vilão Olavo, sucesso de público e crítica, responsável pelo recorde de audiência da Globo em 2007.



Mas não tenho medo de afirmar que, como Capitão Nascimento, ele está muito melhor. É daquelas personagens que valem o ingresso. Entretanto, não é suficiente para alçar Tropa de Elite ao patamar da obra-prima de Fernando Meirelles. É só fazer uma rápida análise da parte técnica (direção, fotografia, roteiro, edição, figurino, trilha) pra ver que Cidade de Deus é de outra turma. Pra falar bem a verdade, nem achei Tropa de Elite grande coisa - mas essa é só a minha opinião.



Partindo desse pressuposto, a pergunta que me fiz foi: como o filme conseguiu um buzz tão positivo?

Alguns dizem que foi casualidade, outros que foi planejado. Mas o vazamento, que desencadeou mais de mais de 3 milhões de cópias piratas, agiu como um legítimo viral. E aí, nascia a melhor propaganda que um longa metragem pode ter: o boca-a-boca. Ou você acha que alguém que se presta a baixar o filme e assisti-lo antes da estréia vai ficar quietinho depois? Claro que não: ele vai contar para todo mundo que já viu. E que gostou.



Explico.

Sempre defendi a tese que as pessoas normalmente elogiam aquilo que conhecem com antecedência. Quem viaja a um país exótico, costuma falar bem. Quem é convidado para a inauguração de uma nova balada, geralmente paga-pau. E até numa exibição de filmes publicitários, quando alguém já viu o comercial que está passando no telão, fala "Ah, esse é muito bom!". Repare.

Isso faz parte da essência humana. Se você tem acesso a algo restrito, é natural que valorize. Voltando ao exemplo da balada: se você foi convidado para a inauguração do lugar, e diz "fui e o pico é muito a fudê", você é um privilegiado. Agora, se você responder "tava uma merda", passa por trouxa.

Acho que está aí o fenômeno Tropa de Elite. Um grande case de comunicação. Que até pode ter sido sem-querer-querendo. Mas eu, desconfiado do jeito que sou, acho que os movimentos foram friamente calculados.

*****

E você, concorda? Também acha que foi tudo planejado? Gostou do filme? Quem é melhor? Tropa de Elite? Cidade de Deus? Ou será que foi Paraíso Tropical? Deixe sua opinião nos comentários.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Documento histórico. Ainda sobre o Marco Loco.

Sempre acreditei que por qualquer lugar que as pessoas passem
elas têm que fazer história. Pra mim, é pensando assim que se faz coisas relevantes.
Há mais ou menos 10 anos, o Marco entrou na Escala e mostrou essa ilustração como portfolio. Nesse dia ele começou a fazer história lá.



Não sei como, mas ainda bem que deram estágio para ele.
E também não sei por que, pedi uma cópia da ilustração de presente.

Hoje tenho certeza que ele entrou lá porque conquistou todo mundo com o carisma, a espontaneidade e principalmente pela originalidade dele.
Foi a úncia pessoa que mostrou uma pasta diferente das que todos estavam acostumados a ver. Foi quem trouxe coisas novas.

Onde que eu quero chegar com esse post? É o seguinte: sejam sempre originais, façam coisas que nunca foram feitas. Hoje entendo que aquela ilustração mostrou coragem, personalidade e uma boa dose de cara-de-pau.

Um portfolio que começou com um desenho de brincadeira, agora tem trabalhos de cliente como Adidas, PlayStation, Apple, Absolut e Pedigree, que são o sonho de qualquer criador.

Por algum motivo (talvez inconscientemente eu sabia que aquele guri ia longe), guardei o presente até hoje.


PS: Marco, se por acaso você ler o post,
um abração e muito boa sorte na Alemanha.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Tá ficando tiozinho.



Hoje é aniversário desse querido professor de vocês.
Ele é sempre bem exigente, mas se vocês mandarem recados queridos, talvez as notas dos trabalhos melhorem.

Feliz aniversário Tiago.
Rafa, Felipe e Márcio

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Alguma coisa estranha



Semana passado fui ao Rio de Janeiro para um trabalho.
Notei que alguma coisa estava diferente quando entrei em um táxi e o assunto era um filme, quando entrei em uma padaria e o assunto era cinema, quando passei por funcionários da prefeitura (esses que fazem obras nas ruas) e o assunto continuava sendo um filme.

Ainda não vi, mas a quantidade de cópias piratas que circulam no Rio é impressionante. Número tão grande que já é campeão de vendas em DVD’s piratas. O que obrigou a adiantar a estréia do filme para esse último final de semana. Por aqui, a estréia é dia 12 de outubro.

O filme conta a história de Nascimento, capitão da Tropa de Elite do Rio de Janeiro que tem o trabalho de comandar o grupo em missões no morro.
Ele está com a mulher grávida e vive o conflito diário se vai voltar para casa no fim do dia. Essa é apenas uma parte da história.

Esse era o assunto no Rio.
E para o Rio de Janeiro não falar em praia, nem em futebol e o assunto ser um filme brasileiro é porque ele deve ser bom.
Tropa de Elite. Missão dada é missão cumprida.