No último sábado, vocês devem ter notado que eu estava um pouco mais tenso que o normal. Em parte porque alguns acontecimentos da aula me deram motivo para reagir assim. Mas o grande vilão foi o stress. É impossível acumular todos os compromissos que assumi nas últimas semanas sem afetar o humor.
Se de alguma forma eu ofendi alguém ou disse alguma coisa que possa ter ultrapassado o limite do bom senso, por favor: me desculpem. Definitivamente, não estava no melhor dos meus dias.
Com o passar dos anos, fui mudando radicalmente a minha forma de enxergar a propaganda. No início da carreira, era a minha vida. Não saía pra almoçar, ficava sempre até mais tarde, nem reclamava de ir final de semana. Falava para os colegas de faculdade "saí ontem onze da noite, tive que ir sábado e domingo, faz um mês que eu não tenho final de semana". Achava o máximo.
Aos poucos, percebi que grande parte do meu horário extra-pauta era porque eu ficava zoando durante o dia. E aí tinha que recuperar o tempo perdido na noite. Ou pior: muitas vezes eu ficava por ficar. Chegava 19h, puxava um papo, o pessoal pedia pizza, eu ia ficando, trabalhava meia hora, conversava um pouco mais. Aí lá pelas 23h, quando eu estava no bagaço, ia embora. Achando que tinha trabalhado pra caralho.
Na verdade, eu estava tentando convencer a mim mesmo que era mais dedicado que os outros. Quando, na verdade, meu número de horas de trabalho era baixíssimo.
Ainda estagiário, me dei conta desse padrão e mudei rapidinho. Notei que o mais importante não era o número de horas dentro da agência, mas o número de horas produtivas dentro da agência. Foi aí que eu vi meu trabalho evoluir bastante. Porque o extra-pauta deixou de ser um misencene e se transformou num diferencial competitivo de verdade.
O dia-a-dia do criador mascara bastante isso. Na maioria das vezes, se você quiser, pode passar o dia fazendo de conta que trabalha. O exemplo clássico é o brainstorm. Sem muita disciplina, o brain vira conversa fiada em questão de minutos.
Mas aonde eu quero chegar com tudo isso? Em duas dicas.
Primeira: não deixem a propaganda fuder a vida de vocês. Quem quiser ficar até tarde ou trabalhar no final de semana, beleza. Também não vou ser hipócrita. Acho que o início da carreira é a melhor época para o cara mostrar serviço. Mas façam disso uma coisa produtiva, ou vocês não vão estar perdendo de ambos os lados.
Segunda: quando o peso da pauta ultrapassar o lógico, e a vida de vocês se transformar num Carandiru remunerado, pensem bem. A gente não veio ao mundo pra ficar trancado dentro de uma agência. Mas não adianta ficar reclamando para os colegas no horário de almoço ou se lamentando para a namorada. Ou você faz alguma coisa para mudar, ou aceita as conseqüências. Porque certamente o seu chefe não vai virar para você e oferecer uma folga.
Tenho vivido Um Dia De Fúria atrás do outro. Mas dei uma sorte filha da puta. O auge do stress coincidiu justamente com o início das minhas férias. A partir de quarta, eu deixo de ser William D-fens Foster para ser Ferris Buller.
terça-feira, 13 de novembro de 2007
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6 comentários:
Tiago cantando Twist and Shout em cima de um carro alegórico na 24 com um taco de baseball e uma pastinha na mão... preciso ver isso.
mas não podia concordar mais com esse post.
Perfeitamente normal ter um dia de fúria.
Em nenhum momento senti que tu saiu do rumo. Sei lá...
Abraço!
Bah, acho que não existe pessoa no nosso meio que nunca tenha passado por estes mesmo problemas.
É foda.
*** SAVE FERRIS ***
fiquei com medo de ti na última aula ! E olha que, geralmente, eu tenho pesadelos é com o Felipe !
hehehehe
bjos
Sabe que que é, seu Rudigo?
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