(Se você tem algum interesse em aprender o Texas Hold'em, clique aqui e aqui. Se não, siga em frente sem problemas.)
O que me fascina nesse jogo, que é considerado a variante mais sofisticada de todos os tipos de poker, é que ele é uma mistura de estatística e atitude, com uma pequena interferência de sorte.
Se você só for bom de matemática, e só souber calcular as chances de virar uma carta a seu favor, pode ganhar hoje. Mas ao longo do tempo, é mais provável que quebre.
Se você só for corajoso, se só tiver cara-de-pau para blefar na hora certa, pode ganhar hoje. Mas ao longo do tempo, é mais provável que quebre.
Um bom jogador precisa ter essas duas habilidades. Porque in the long run, a sorte se dilui. Todo mundo recebe boas cartas. Ganha quem sabe o que fazer quando elas aparecem.
Jogo de poker: uma única mão valendo 750 mil dólares.
Acho que essa comparação serve para o nosso dia-a-dia.
Primeiro, porque a vida de um criador não se define apenas pelo seu talento, mas também pela sua atitude.
Adoro quando vejo alunos da Perestroika demonstrando atitude - atitude que transforma suas carreiras.
Teve aluno que vivia no interior, largou tudo, veio para Porto Alegre e hoje está contratado na Escala. Teve diretor de criação que repensou toda a sua carreira a partir do curso, decidiu dar um passo atrás para dar dois passos a frente. E deu certo. Teve redator que já era contratado e aceitou um estágio para investir no portfólio e continuar aprendendo. E está fazendo bonito.
O que vale para esses três casos talvez não valha para todo mundo. Mas com certeza, era exatamente isso que essas três pessoas queriam. E só com atitude é que elas conseguiram botar em prática.
O segundo ponto é: assim como todo jogador de poker recebe boas cartas, todo mundo têm boas oportunidades na vida.
Alguns, percebem e conseguem aproveitá-las, porque estão bem preparados. Outros percebem, mas como não estão bem preparados, não conseguem aproveitar. E outros estão tão mal preparados que nem percebem a oportunidade. E o cavalo passa encilhado.
Acredite. Na maioria das vezes, a infelicidade no trabalho está diretamente relacionada a alguma rateada. Essa pessoa provavelmente teve uma chance e pisou na bola na Hora H.
E não estou dizendo que essa chance significa uma entrevista numa grande agência.
Pode ter sido apenas um job que o cara não deu tanta bola, e que poderia ter se transformado numa campanha com puta visibilidade. Pode ter sido um dupla pilhado, que você não aproveitou e, desmotivado, foi para outra agência. Pode ter sido uma competição que você deixou de participar, e que poderia ter ganho.
***
Aproveito o gancho para falar do Young Creative 2008.
Muita gente deixa de participar do Young porque acredita que não tem chances de ganhar.
Para essas pessoas, eu lembro que, no júri, sempre estão profissionais com poder de contratação de grandes agências. Na primeira vez que fui jurado, eram dois diretores de criação avaliando as pastas, mais um que participava da organização. Todos eles viram os portfólios e anotaram vários nomes. Na última sexta, a história se repetiu.
Vencer o Young é muito legal. Mas só participar já é uma experiência que melhora a sua pasta e que dá visibilidade para o seu trabalho.
Vale lembrar: tirando o Rafa, que foi o primeiro Young do RS, acho que ninguém ganhou a competição de cara.
Então, ano que vem, nada de cu doce. Coloque a sua pasta a julgamento. Se você for mal, ótimo. É uma boa maneira de saber que você tem que se puxar mais. Se você for bem, ótimo. Sinal de que está no caminho certo.
Se você ganhar, daí você me deve uma.
2 comentários:
Post de reflexão, na segunda de manhã, após um sábado de Perestroika.
=D
se achar que não está bem preparado, mas viu uma oportunidade, se atira e corre o risco de queimar o filme? ou tenta se praparar mais e fica esperando uma próxima sem saber qnd chegará?
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