Se tem quem trabalhe melhor o varejo que os americanos, por favor, me apresente. Porque Nova York não me deixa mentir.
Um belo exemplo é a Victoria Secret.
A gente vê as modelos mais belas do mundo desfilando (muitas brasileiras, inclusive) e todo aquele conceito fantástico por trás, mas é dentro da loja que entendemos de onde vem a grana pra todo esse show. É um negócio muito caro e alguém precisa pagar a conta.
Ninguém que entra disposto a comprar sai de lá apenas com aquilo que planejou. Posso quase afirmar isso.
O famoso "pague um, leve 2" aqui é levado muito a sério.
1 hidratante U$ 9, 3 por U$ 24 e 6 (sim, SEIS!) por U$ 30.
Pra uma mulher isso não é matemática, é um milagre mesmo.
"Aproveito e levo pra mãe, pra Mari, pra tia Isabel, pra Dedé, pra Isa e resolvo os presentes. Elas adoram!", ouvi na hora.
Enquanto isso, o Russo do meu lado possivelmente ouvia a mesma coisa, já que a mulher apontava saltitante, sorridente, para o cartaz.
Varejo não precisa passar a sensação de liquidação/saldão. Ainda mais quando tem uma marca forte que sustente o discurso. A palavra muda, vira OPORTUNIDADE. E quem perde uma?
É, não tem erro. A força da marca cria o desejo. Leva a mulher até a loja. E lá, o apelo quase radical para o consumo faz ela gastar mais do que tinha planejado. Assim como nas ofertas, a soma marca + promoção não é igual 2. É igual 6.
O intessentante disso tudo é ver como as duas coisas funcionam, sim, muito bem juntas, cada uma na sua hora. O desfile e mundo dos sonhos não tornam os produtos intangíveis. E o verejão não joga o marca pra baixo.
É que a rede americana entende mesmo as mulheres (sim, alguém entende, e bem, as mulheres).
Ou me diga se tem uma criatura apenas que não se sentiria absolutamente tentada a comprar o produto cuja embalagem (linda, rosa, chamativa) diz "The most sensual scent a girls can get"?
As artimanhas não param por aí. São tantas que não dá pra listar.
Mas pra quem resistiu a tudo, tem o golpe mortal. O brinde. Imagine que é o que está dentro dessa bolsinha "liiiiinda" que realmente se compra. 3 cremes. A essência, o tipo de pele, nada mais importa.
Toda mulher está sempre precisando de uma nova necessaire. Ainda mais que é de graça. É só pagar U$ 39!
Mas, no fim, a bolsinha veio a calhar.
Onde mesmo iríamos carregar os outros 12 cremes e o "the most sensual scent a girl can get"?
Isso que era só uma passadinha na loja para conhecer.
Mas valeu pela aula prática.
terça-feira, 25 de setembro de 2007
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4 comentários:
Aquelas gostosas dos desfiles tb estão pra vender? Se estiverem, traz uma pra mim. E pode trazer o six-pack.
traz pras alunas da perestroika ! O de vanilla e o de morango com champagne por favor.
uhauhauhuhaa, brincadeirinha.
aproveita as férias.
acredito que todo mundo tá morrendo de inveja.
bjos
Nossa! Isso me lembra quando fui pra Miami, numa excursão de adolescente enlouquecidas, que acabaram por invandir a loja deserta da Victória Secrets. A dona da loja chegou a ligar pra sócia dela e dizia: can you hear all that noise?
Isso sem contar os famosos catálogos da Victoria`s Secret.
Sempre muito bem recebidos pelo publico masculino.
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