Blog da Perestroika

quarta-feira, 5 de março de 2008

Mais um post querendo ser inteligente.

Está todo mundo na reunião. As pessoas começam a discutir, apresentam seus pontos de vista, concordam, discordam.

Aí dá uma brecha, e aquele aspone larga uma das suas tradicionais pérolas. Daquelas que não acrescentam absolutamente nada.

Ou só repete a opinião alheia, mas com outras palavras.

Ou, quando está mais corajoso, se arrisca e tenta formular uma tese, mas se perde na contradição.

Já percebeu? Às vezes a gente se pega tentando dizer coisas inteligentes, mesmo quando não temos nada inteligente para dizer. Parece que a gente quer provar para os outros que é capaz de discutir no mesmo nível. Mesmo quando ninguém está nos cobrando por isso.

Eu cansei de me pegar fazendo esse tipo de coisa. Confesso. Fosse numa reunião, fosse aprovando um trabalho do meu assistente, fosse numa conversa de bar.

Sempre falei muito. E muitas vezes, falava muito sem dizer absolutamente nada. Como sempre tive facilidade de colocar meus pontos de vista, conseguia influenciar outras pessoas ao meu redor. Que talvez nem concordassem com o que eu tinha a dizer. Mas por timidez, ou por dificuldade de verbalização, ou por pura falta de saco, simplesmente aceitavam o que eu estava dizendo.

O clássico "tá, melhor concordar com ele, porque talvez assim ele cale a boca".

De uns tempos pra cá, observando outras pessoas que também falam muito, percebi que elas gostam mais de ouvir a própria voz do que realmente saber a opinião alheia. E aí, comecei a exercitar um hábito que tem me ajudado muito.

Ouvir.

Recomendo. Quando são convidadas a contribuir, quando se cria um clima favorável, quando tudo acontece de forma natural, as pessoas - por mais incrível que pareça - dizem coisas interessantes. E é fantástico ver como isso pode contribuir em todos os aspectos da sua vida.

No nosso trabalho, então, nem se fala.

Um dos lemas do livro "It's not how good you are - it's how good you want to be" é seek criticism. Busque a crítica, não busque o elogio. Ela faz o seu trabalho crescer. Mais um lema que a Perestroika acredita e estimula.

Mas você só vai saber a opinião dos outros se você ouvi-los. Se você QUISER ouvi-los. Perguntar e não levar em conta o que os outros estão dizendo é uma perda de tempo.

Ouviu?

5 comentários:

g!panichi disse...

First comment!!!
:-)















Tri produtivo.

Anônimo disse...

Tem razão..

Marcelo Allende

William Mallet disse...

Meu primeiro comentário do blog!





Podem notar, que numa conversa no bar, as pessoas costumam falar delas mesmas. Até quando os outros estão contando suas histórias.. sempre chega um e interrompe:
"Ah! Tu tinha q ter visto o que aconteceu comigo então! Foi Muito pior"

E todos fazem isso!
Inclusive eu, nesse comment...

Guile Grossi disse...

Muito bom. Fiquei até com medo de comentar. Mas só pra não perder a viagem, o Pi vale 3,14.

Rech disse...

Concordo com o William.
É quase instintivo o cara puxar o assunto pra si.

E podem notar: os melhores amigos são sempre aqueles que têm mais disponibilidade pra ouvir.

Até em mesa de bar.