É importante que estejamos sempre preparados para as mudanças. Faz parte da vida. É natural dos acontecimentos acontecer diferente do imaginado. De fato, é isso que sempre acontece e hoje já tenho esta certeza.
Há quase três anos minha vida profissional mudou radicalmente em menos uma semana. Virou 180 graus sem eu parar pra pensar. Sem ter planejado coisa alguma.
Surgiu, aconteceu. E eu fui.
Numa quarta-feira de setembro de 2005 era um redator que, aos 26 anos, tinha uma carreira que indicava um futuro, no mínimo, digno. Já tinha ganho alguns prêmios e reconhecimento do mercado, coisas bacanas mesmo, entre eles dois anunciados apenas uma semana antes desta virada, o London Festival e a inclusão de duas peças minhas e do Peruca na Archive. No outro dia, tinha virado “cliente”. O grand prix do Prêmio Abril não valia mais nada.
Irônico? Só você acha. Eu achei punk mesmo. Sofri pra burro. Alguns, poucos, sabem. Não tinha motivo para trocar, não fosse por algo dentro de mim me empurrando mesmo. Nada verbalizado. Estava realizado com o meu trabalho. Adorava meu dupla, meus chefes, a rotina mesmo. Sou alucinado por propaganda, quem me conhece, sabe. Trabalhar com meu pai era um puta de um prazer. No Moinhos de Vento, então, maravilha. Podia até acordar às 8h30, que se tomasse banho correndo, ainda chegava às 9h na agência (tá, 9h05).
E eu troquei. Acordei gerente de marketing, coisa que, sinceramente, não só NUNCA tinha imaginado, como não sabia exatamente o que era. Tendo que viajar 160 km por dia. No epicentro de um projeto iria custar, no final, mais de 100 milhões de reais para a Azaléia, o maior investimento da história da empresa. Tudo movido apenas por um desejo. Era eu ainda mais perto da construção da marca Olympikus, a maior marca esportiva do Brasil. Era o Pan, uma coisa que o país nunca viu parecido.
A única coisa que sabia é que seria a oportunidade, dos sonhos, de tentar materializar na Olympikus meu pensamento de que criação vai além dos formatos tradicionais. Eu ia brifar agora. Eu ia aprovar. “Soluções criativas”. “Tudo é idéia”. Poderia testar na prática o meu discurso.
Tudo graças a um cara genial chamado Paulo Santana. Que me contratou, deu uma chance gigante para um sonhador. Um guri até então sem experiência de gestão, mas que conhecia a marca e tinha muita vontade de aprender. Deu pra colocar criatividade na história? Claro. Todos os dias. Fiz muita coisa legal, que me orgulho pra caramba mesmo. Vejo minha cara na marca. Minhas opiniões e idéias. Mas o fato é que aprendi muito mais. A lógica é outra, a criatividade é outra. O negócio é gigante (hoje, depois de crescer mais de 100% de 2006 para 2007, são 60 mil pares POR DIA de Olympikus fabricados), fascinante, e muito mais complexo. Vendas, distribuição, produção, propaganda, produto.
Tudo isso eu aprendi com o Santana. E quando achava que o mar tinha acalmado, que já tinha visto quase tudo, surge uma nova mudança. Na semana passada o Santana despediu-se da direção de marketing do grupo. Tenho um novo chefe, novos desafios.
Mudar faz parte.
segunda-feira, 24 de março de 2008
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5 comentários:
Sempre defendi a idéia de que as nossas vidas estão em constante mudança, todos os dias, toda hora, todo instante, uma decisão, uma opinião expressada, qualquer ação.
não importa qual seja ela, causa reações, e essas é que jogam nossa vida pra ca e pra lá, e as vezes por uma rateadinha sequer perdemos uma oportunidade, ou porque pensamos demais, ou arriscamos demais. Só que é foda saber quando pensar e quando agir, tem que tá muito centrado e ter confiança, talvez se tu, Márcio, nunca tivesse trabalhado com a marca antes e aceitasse o trampo podia não ter tido muito sucesso, ou quem sabe não faria a mínima diferença...quem sabe? mesmo as vezes querendo ser coerente e racional prefiro a impulsão e novos desafios.
Como diria o Vanucci no saudoso vídeo: Eh hora da gente reformular... eh hora da gente mudar.... ou............... mudar de vez!
Engraçado mesmo isso. A sociedade nos faz racionalizar quase todas nossas ações. Mas as grandes decisões sempre me parecem meio instintivas. Sentimos que algo deve ser feito e isso já nos basta. Mais tarde então refletimos, pensamos em algum motivo mais tangível, e formulamos uma resposta para explicar o porquê da decisão. Isso acontece no dia-a-dia. Tipo, quando um amigo nos convida pra um churras e aceitamos prontamente. Mais tarde explicamos pra namorada que é a despedida dele pra uma viagem de três anos a um templo budista do Tibet. Ou algum outro motivo bem melhor que esse.
"mesmo as vezes querendo ser coerente e racional prefiro a impulsão e novos desafios".
Morem, faço isso direto.
De fato essa semana está sendo assim pra mim. vamo que vamo ...
Eu vi essas mudanças de perto. Por isso, quero que tu participe das minhas sempre :)
E tu não chegava ás 9h05 coisíssima nenhuma. Essa eu tenho que entregar! ;)-
Bjo!
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