Blog da Perestroika

domingo, 14 de outubro de 2007

Lami's Next Top Model

Adoro reality shows. Tudo começou com os nacionais No Limite, Casa dos Artistas e BBB. Acho que, tanto do ponto de vista pessoal quanto profissional, sempre tive o hábito de observar as pessoas no dia-a-dia.

Não tardou para que eu virasse fã também dos programas gringos. Especialmente porque trazem assuntos diretamente associadas à criatividade e/ou propaganda. O Aprendiz, Hell's Kitchen, Project Runway, On The Lot, ih, perdi a conta.

Neste exato momento, estou acompanhando o Brazil's Next Top Model. O original americano foi muito bacana, tinha lindas modelos e profissionais do primeiro time. Dava pra ver o poder do dinheiro alimentando a indústria da moda, por vezes glamourosa, por vezes não. Mas a comparação com a versão brasileira é chocante. Mesmo com gente de gabarito, o programa brasileiro parece pobre. Até as modelos são meio barangas.



Esse parece ser um bom exemplo da diferença dos mercados publicitários de moda nos EUA e do Brasil. Mesmo com inúmeros talentos por aqui, o consumidor brasileiro não tem poder de compra para gerar uma indústria fashion. Nada mais natural que isso se reflita nas verbas de publicidade.

Há muitas marcas de moda no Brasil, mas pouquíssimas investem pesado na hora de anunciar. Porque é caro contratar uma modelo foda, um fotógrafo foda, um maquiador foda, para clicar numa locação foda. É papel do criador dimensionar bem isso. Ou o nosso layout, com a Gisele Bündchen, fotografada pelo La Chapelle no mar do Caribe vira a fulaninha desfilando todo seu charme às margens do Lami. (Aula do Rafa)



Mais: para fazer volume, para vender para todas as classes, para fazer a máquina girar, a comunicação precisa ser bem menos sofisticada do que aquela que costumamos ver na Vogue. O que o Brasil consome não é o que nós consumimos. Os produtos que gostamos não são os mesmos que a Classe C curte. (Aula do Márcio)

Onde eu quero chegar? Que as nossas referências, que as coisas legais que vemos, que as novidades que acompanhamos pelo Youtube são a ponta do iceberg. E que não adianta simplesmente adequarmos isso para uma população que gosta de Zorra Total. É preciso quebrar a matrix, entender o que essas linguagens têm de legal e, aí sim: adequar para um formato mais popular. (Aula do Felipe)



Moda é foda. Cansei de criar campanhas que ficavam lindas no papel. O cliente aprovava, rasgava elogios - mas só até chegar o orçamento. Então cortava o Caribe, cortava o fotógrafo, cortava a modelo. Não sobrava nem dinheiro para a fulaninha no Lami. Nessa hora, ele pedia meio envergonhado: "não dá pra estourar o produto e colocar um título?". (Aula da Tiago)

5 comentários:

Tuts disse...

:D!

Se pra vocês é foda! Imagina pra nós. Engolir sapo cansa, sabe?

Marcelo Jung disse...

Eu parei de ler o texto quando vi a foto da Scarlett Johansson...

:P

Anônimo disse...

Dá-lhe criatividade pra vencer tudo isso.
A solução eh ser critivo e original e deu. Ponto.

Tuts disse...

:D É isso ai!

Let's disse...

ah, next top model não tem graça sem a tyra dando barraco...

ela é louca, e por isso é ótima!